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Caiado diz que PEC da Segurança é “armadilha” e defende autonomia dos estados no combate ao crime

Governador de Goiás critica proposta federal, questiona modelo do SUSP e diz que criminalidade não pode ser tratada como o SUS: “Cada estado tem sua guerra”

Em coletiva de imprensa realizada na terça-feira (9), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), criticou duramente a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, apresentada pelo governo federal. Segundo o governador, a proposta representa uma “armadilha” para os estados, ao concentrar decisões e recursos estratégicos na esfera do Ministério da Justiça.

“Querem federalizar a segurança, mas não conhecem a realidade dos estados”

Caiado afirmou que a PEC compromete a autonomia dos estados na formulação de políticas de segurança pública, retirando sua capacidade de atuação direta. O texto da proposta prevê a criação de um sistema unificado, nos moldes do SUS, com diretrizes e plano nacional elaborados em Brasília.

“O problema é que a criminalidade não é uma doença. Ela tem características próprias em cada estado e precisa de respostas diferentes. O que querem é concentrar o poder e tirar dos governadores o controle das polícias”, declarou Caiado.

SUSP na mira das críticas: “Não dá pra comparar com o SUS”

O governador goiano também criticou o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), sustentando que a comparação com o SUS é imprópria. Segundo ele, saúde pública pode ser padronizada, mas segurança não.

“Se eu tenho uma facção armada no meu estado, eu não vou enfrentá-la com arma não letal. Eu preciso de autonomia para escolher as armas das minhas forças. Essa guerra é aqui. E quem está no Ministério da Justiça, lá em Brasília, não sabe o que é isso”, afirmou.

“É uma guerra não declarada”, diz Caiado sobre facções

Em seu discurso, Caiado destacou que os governadores vivem uma guerra não oficial contra o crime organizado, especialmente no controle de presídios e territórios urbanos. “Estamos em uma guerra que não é declarada. Quem está no governo federal não tem coragem de enfrentar facções. Por isso querem nos amarrar com regras”, afirmou.

Segundo o governador, a proposta atual da PEC enfraquece o combate direto à criminalidade ao desarticular a integração entre polícias estaduais e a Polícia Federal. “Querem isolar a PF, mas ela precisa trabalhar junto com as outras forças”, completou.

Críticas ao governo Lula e recado ao União Brasil

Durante a coletiva, Caiado também comentou a demissão do então ministro Juscelino Filho, que deixou o cargo após denúncia da Procuradoria-Geral da República. O governador evitou polemizar: “Foi uma decisão de foro pessoal”, disse, sem entrar em detalhes.

Caiado ainda respondeu sobre uma eventual candidatura à presidência em 2026. Apesar de seu partido, o União Brasil, ter apoiado pautas do governo Lula, o governador reafirmou sua independência. “Nunca estive alinhado ao PT. Tenho experiência para saber separar as coisas”, declarou.

Ele também afirmou que acredita na força de seu nome para o próximo pleito:
“Quando a ficha cair, vamos ver quem está realmente na disputa. Eu tenho convicção absoluta de que estaremos no segundo turno em 2026”, declarou.

Fernanda Cappellesso

Olá! Sou uma jornalista com 20 anos de experiência, apaixonada pelo poder transformador da comunicação. Atuando como publicitária e assessora de imprensa, tenho dedicado minha carreira a conectar histórias e pessoas, abordando temas que vão desde política e cultura até o fascinante mundo do turismo.

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