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Dia das Mães em 2025: 45% priorizam estar juntos e só 18% veem a data como comercial

Só 5% planejam ir a restaurantes e 21% das mães vão se autopresentear, diz pesquisa

Em 2025, o Dia das Mães consolida sua virada emocional. A maioria dos brasileiros (45%) acredita que estar junto é o maior presente, segundo a pesquisa Hibou com Score Group. A percepção de que a data é apenas comercial caiu para 18%, reforçando uma mudança estrutural: mais afeto, menos impulso.

Essa tendência também foi captada pela pesquisa Ebol Inteligência, com 980 entrevistas em todo o país: 48% das mães declararam que gostariam de ser ouvidas com mais atenção nesta data, e 36% disseram preferir momentos simbólicos a presentes materiais. A mesma pesquisa revelou que 63% das mães se sentem emocionalmente sobrecarregadas, e que a data seria o momento ideal para compartilhar histórias e descansar em família.

“Mais que ganhar presente, eu quero ser ouvida”, diz mãe entrevistada

A professora de História Cristiane Azevedo, 45, mãe de três filhos e moradora de Goiânia, relata que espera do Dia das Mães mais do que lembranças: “Ganhar um presente é sempre bom, mas neste ano pedi aos meus filhos que cada um me escrevesse uma carta. Mais que ganhar coisas, eu quero ser ouvida.”

Cristiane reflete a mudança apontada pelas duas pesquisas. Embora o consumo continue presente (53% afirmam que pretendem comprar presentes), os próprios filhos têm notado a importância dos gestos não materiais. Lucas Azevedo, 21, filho mais velho de Cristiane, confirma: “Nos últimos anos, percebi que minha mãe fica mais emocionada com uma conversa sincera ou com um poema do que com um presente caro. A gente amadureceu nisso.”

Encontro em casa é a celebração mais desejada

A refeição em casa com a família é o principal plano de comemoração para 58% dos brasileiros neste domingo, segundo a Hibou. Apenas 5% pretendem ir a restaurantes, índice que vem caindo ano após ano. Já a Ebol identificou que 72% das mães preferem celebrar a data no espaço onde se sentem acolhidas emocionalmente — geralmente em casa, com controle do ambiente e mais intimidade.

Esse desejo de intimidade se cruza com o crescimento da prática do autoempoderamento materno: 21% das mães entrevistadas disseram que pretendem se autopresentear, em um movimento que combina reconhecimento com autocuidado.

 Perfumes, viagens e afeto: desejos reais das mães

Perfumes (41%), roupas (40%) e experiências como viagens (50%) aparecem entre os desejos mais mencionados pelas mães. Mas esses itens são, cada vez mais, simbólicos. “Dar um perfume pode ser dar um tempo para si, um espaço de respiração. Isso muda a lógica do consumo”, analisa a antropóloga e especialista em consumo feminino, Marina Carvalhedo, consultada pela Ebol.

O comportamento de quem presenteia também está mais consciente:

39% já sabem o que vão comprar;
38% perguntam diretamente à mãe;
36% buscam ideias na internet;
apenas 26% deixam para a última hora.
E o que importa é mais do que o valor: 35% dos entrevistados estão dispostos a gastar acima de R$ 250, mas 39% afirmam que o presente será aquele que cabe no bolso. A questão, segundo a Ebol, não é gastar muito — é demonstrar presença emocional.

A TV ligada ao fundo da memória

Mesmo com o foco na convivência presencial, a televisão continua sendo parte da tradição: 53% dizem que a TV estará ligada, com preferência para a TV Globo (41%), seguida por Netflix (33%) e canais fechados (30%). O consumo audiovisual cumpre um papel de memória emocional e companhia simbólica, aponta o estudo da Hibou.

 Uma data em transformação: o que dizem os dados

A principal convergência das duas pesquisas está na ideia de ressignificação da maternidade: ela não é mais apenas um lugar de cobrança, mas de escuta e valorização.

“O Dia das Mães está deixando de ser a vitrine das meias e panelas para se tornar um espelho emocional. É o momento em que se olha para quem cuida — e se pergunta: quem cuida dela?”, resume a CEO da Hibou, Ligia Mello.
Sobre as pesquisas:
Hibou + Score Group
• 1.125 entrevistas realizadas em 26 e 27 de abril de 2025
• Público: homens e mulheres maiores de 18 anos, classes A a E
• Margem de erro: 2,9%

• 980 entrevistas realizadas entre 20 e 28 de abril de 2025
• Recorte exclusivo com mães brasileiras entre 25 e 65 anos
• Margem de erro: 3,1%

Fernanda Cappellesso

Olá! Sou uma jornalista com 20 anos de experiência, apaixonada pelo poder transformador da comunicação. Atuando como publicitária e assessora de imprensa, tenho dedicado minha carreira a conectar histórias e pessoas, abordando temas que vão desde política e cultura até o fascinante mundo do turismo.

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