Kung Fu na infância: arte milenar que fortalece corpo, mente e caráter das crianças
Praticado por milhões, o Kung Fu se destaca entre pais e educadores por seu impacto direto no desenvolvimento motor, emocional e cognitivo na infância. Em Goiânia, o professor Hygor Johnson relata como a prática transforma pequenos alunos.
Disciplina, equilíbrio emocional, foco e respeito. Esses são alguns dos valores que crianças a partir dos 4 anos de idade passam a desenvolver com a prática do Kung Fu — arte marcial chinesa que ganha força como ferramenta pedagógica em escolas, projetos sociais e academias. Em Goiânia, o professor Hygor Johnson acompanha de perto essa mudança:
“Não é sobre brigar. É sobre se conhecer e se controlar.”
Vivemos em uma era marcada por excesso de estímulos, presença constante de telas, sedentarismo precoce e diagnósticos crescentes de ansiedade e déficit de atenção. Nesse contexto, o Kung Fu surge como uma alternativa completa, que alia atividade física, formação de valores e desenvolvimento emocional.
“Quando a criança começa o Kung Fu, ela entra em contato com uma filosofia de vida baseada no equilíbrio e na disciplina”, explica Hygor, praticante há mais de uma década. “Ela aprende que cada movimento tem um propósito, que o silêncio tem valor e que o respeito é inegociável.”
Benefícios comprovados
Pesquisas de universidades americanas e europeias demonstram que a prática regular de artes marciais na infância:
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Reduz sintomas de hiperatividade em até 30%;
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Melhora a coordenação motora fina e ampla;
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Aumenta a capacidade de concentração nas tarefas escolares;
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Diminui episódios de agressividade e melhora a convivência social.
Para Hygor, que já formou dezenas de pequenos alunos na capital goiana, a transformação mais marcante é a comportamental.
“Tinha um aluno de 7 anos que sofria bullying e evitava qualquer atividade em grupo. Hoje, lidera os alongamentos da turma, tem amigos e participa das apresentações com orgulho.”
Aprendizado que vai além do tatame
Um dos diferenciais do Kung Fu em relação a outros esportes é o seu enraizamento cultural e filosófico. Durante as aulas, as crianças aprendem sobre a história da China, os princípios do Tao, o valor da paciência e do esforço contínuo.
“É uma formação para a vida, não só para o corpo”, reforça o professor.
Outro ponto importante é o sistema de graduações, marcado pelas trocas de faixa. Para os pequenos, cada nova faixa representa uma conquista emocional e concreta:
“A criança aprende que tudo exige prática, humildade e constância.”
Inclusão e diversidade
O Kung Fu é também uma prática inclusiva. Pode ser adaptado a crianças com limitações motoras leves, dificuldades emocionais e até casos de autismo leve.
“A gente personaliza o ensino para cada aluno. Já tive crianças com ansiedade severa que encontraram no Kung Fu um espaço seguro para extravasar e construir confiança”, relata Hygor.
Uma escolha consciente
Aos pais interessados, o professor recomenda começar com uma aula experimental e manter um diálogo constante com o instrutor:
“Não é só deixar e buscar. É participar do processo, acompanhar os avanços e reforçar em casa os mesmos valores ensinados nas aulas.”
Hygor também destaca que a frequência e a continuidade são fundamentais:
“Kung Fu não é fórmula mágica. Mas, com paciência e presença, ele muda tudo — da postura ao coração.”