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Papa Leão XIV pede fim da “guerra das palavras” e defende liberdade de imprensa

Em sua primeira coletiva, pontífice faz apelo pela libertação de jornalistas presos e condena discursos de ódio

Em sua primeira entrevista coletiva após assumir o papado, o recém-eleito Leão XIV fez um apelo contundente contra o uso agressivo da linguagem nos meios de comunicação e clamou pela libertação de jornalistas presos no mundo por exercerem o direito à informação.

Devemos dizer não à guerra das palavras e das imagens. Devemos rejeitar o paradigma da guerra”, afirmou o pontífice, em discurso transmitido pelo Vaticano. “A paz começa em cada um de nós: no modo como olhamos os outros, ouvimos os outros, falamos dos outros.”

O papa — até então cardeal norte-americano Robert F. Prevostsubiu ao trono de Pedro no último dia 8 de maio e usou a coletiva para enviar uma mensagem clara aos profissionais da imprensa: que escolham um jornalismo pautado na escuta, na verdade e no amor — e não na competição, no sensacionalismo ou na busca do consenso a qualquer custo.

Liberdade de imprensa sob ameaça

Durante a conversa com os jornalistas, Leão XIV se solidarizou com comunicadores que atuam em zonas de conflito ou que foram detidos por divulgar informações de interesse público. Relembrou, em tom grave, os riscos enfrentados por quem relata guerras, violações de direitos e injustiças ao redor do mundo.

A Igreja reconhece nessas pessoas verdadeiras testemunhas da dignidade humana. O sofrimento desses jornalistas presos interpela a consciência das nações e da comunidade internacional. povos bem informados podem fazer escolhas livres”, declarou.

O papa alertou ainda para os perigos crescentes à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa, classificando-as como bens preciosos que precisam ser protegidos — não apenas por governos, mas por toda a sociedade.

Nós somos os tempos”

Em tom reflexivo, Leão XIV também chamou a atenção para os desafios de narrar o mundo em tempos de polarização e crises múltiplas — sociais, ambientais e políticas. Segundo ele, comunicar com ética é mais do que reportar fatos: é um serviço prestado à verdade e ao bem comum.

Vivemos tempos difíceis de percorrer e contar, que são um desafio para todos nós. Mas não devemos fugir deles. Como disse Santo Agostinho: ‘Vivamos bem, e os tempos serão bons. Nós somos os tempos’.”

O pontífice finalizou a coletiva afirmando que a missão dos comunicadores contemporâneos é ajudar a humanidade a sair de uma “torre de Babel” de discursos ideológicos e sem amor, e a reencontrar um caminho comum de escuta, respeito e empatia.

O estilo que vocês adotam e as palavras que usam têm impacto. Por isso, o serviço da imprensa é essencial para a construção de um mundo mais justo e fraterno.”

Fernanda Cappellesso

Olá! Sou uma jornalista com 20 anos de experiência, apaixonada pelo poder transformador da comunicação. Atuando como publicitária e assessora de imprensa, tenho dedicado minha carreira a conectar histórias e pessoas, abordando temas que vão desde política e cultura até o fascinante mundo do turismo.

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