Aparecida

Aparecida discute Igualdade Racial em audiência proposta por Tales de Castro

Plano Municipal de Igualdade Racial foi debatido com presença de educadores, Ministério Público e lideranças quilombolas

Na noite de terça-feira (13), a Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia sediou uma audiência pública convocada pelo vereador Tales de Castro (PSB) para discutir o Plano Municipal de Igualdade Racial. O encontro reuniu representantes do Ministério Público, pesquisadores, professores e lideranças comunitárias, com o objetivo de consolidar políticas públicas permanentes de enfrentamento às desigualdades raciais no município.

Logo na abertura da audiência, Tales justificou a ausência de Mestre André, referência histórica do movimento negro local. Segundo o parlamentar, embora afastado por motivos de saúde, ele “segue acompanhando de perto todo o processo” e tem papel central na construção do plano.

Entre os principais debatedores da noite estiveram o professor Jefferson Acevedo, da Universidade Federal de Goiás (UFG), ex-presidente do Conselho Municipal de Igualdade Racial de Goiânia, e a pesquisadora Kamila Santos, doutoranda em Antropologia e mestre em Direitos Humanos. Ambos enfatizaram a urgência de garantir estruturas institucionais para a efetividade das ações previstas.

Também compuseram a mesa institucional a promotora Dra. Tamara Andréia, do Grupo de Atuação Especial em Direitos Humanos (GAEDH) do Ministério Público de Goiás, e o vereador Professor Clusemar, que compartilhou sua trajetória como quilombola. “A educação transformou a minha vida e pode transformar a vida de milhares de jovens negros e periféricos”, declarou, emocionado.

Durante o debate, foi destacada a importância de consolidar o Fundo Municipal de Igualdade Racial e o Conselho Municipal de Direitos Humanos, estruturados, mas ainda pendentes de formalização por parte do Executivo. “Sem plano não tem fundo, e sem fundo não tem política pública real. Juntos podemos avançar!”, resumiu uma das falas da mesa.

Outro momento marcante foi o depoimento da professora Rita, do CEPI Quilombola do Jardim Cascata, que relatou os desafios enfrentados pela juventude quilombola em Aparecida. “A escola em tempo integral tira as crianças da rua, mas muitos jovens ainda precisam abandonar os estudos para trabalhar e ajudar em casa. Isso também é desigualdade”, afirmou.

Como encaminhamentos, os participantes defenderam a criação de programas de fomento ao empreendedorismo negro, especialmente voltados às juventudes quilombolas e periféricas. A proposta visa impulsionar a geração de renda e fortalecer a justiça econômica no território.

Ao final da audiência, Tales de Castro reiterou seu compromisso com a pauta racial e ressaltou que “nenhuma política de igualdade é real sem escuta e sem participação social”.

Fernanda Cappellesso

Olá! Sou uma jornalista com 20 anos de experiência, apaixonada pelo poder transformador da comunicação. Atuando como publicitária e assessora de imprensa, tenho dedicado minha carreira a conectar histórias e pessoas, abordando temas que vão desde política e cultura até o fascinante mundo do turismo.

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