Entrada gratuita, cultura sertaneja e 500 mil pessoas: Pecuária de Goiânia vira vitrine política e econômica de Goiás

A 78ª edição da Exposição Agropecuária de Goiânia começou nesta sexta-feira (16/5) com uma mudança simbólica e estratégica: pela primeira vez, o acesso ao parque será gratuito durante todos os 11 dias de evento. A medida, articulada entre o Governo de Goiás e a SGPA (Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura), deve atrair mais de 500 mil visitantes e transformar a festa em uma plataforma de visibilidade política, econômica e cultural para o Estado.

“O agro é quem representa todo o desenvolvimento e crescimento do nosso Estado”, afirmou o vice-governador Daniel Vilela, ao destacar não apenas a força do campo, mas também seu papel decisivo na industrialização e na interiorização das oportunidades econômicas em Goiás. “Inicialmente era da porteira para dentro. Hoje, é parte de um ecossistema que gera renda, emprego e novas vocações produtivas.”

A entrada gratuita não é apenas um gesto de inclusão. É também uma resposta direta à disputa por legitimidade popular, ao reconhecimento do agro como sustentáculo da economia estadual e à busca por engajamento num momento em que o setor busca defender sua imagem diante de pressões ambientais e econômicas. Ao abrir os portões ao público, o Governo reforça a ideia de que o agronegócio pertence a todos os goianos.

Além da feira agropecuária — com leilões, palestras, exposição de animais e negócios — a programação inclui grandes nomes da música brasileira, como Wesley Safadão, Belo, Simone Mendes e Amado Batista. A presença de artistas populares alavanca o potencial de público e reposiciona o evento como um híbrido entre vitrine rural, arena de negócios e espetáculo cultural de massa.

A mobilização de diversas forças de segurança — incluindo as polícias Civil, Militar, Penal e Técnico-Científica, além do Corpo de Bombeiros — evidencia que a gestão estadual trata o evento como um megaevento de interesse público, com atenção à segurança e à imagem institucional.

Para o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, a festa também tem impacto direto sobre a economia urbana. “Isso injeta recursos na cidade e aquece nosso comércio e turismo”, afirmou. Com esse volume de circulação e consumo, o evento se consolida como um motor temporário da economia goianiense — turbinando hospedagem, transporte, alimentação, entretenimento e varejo.

Ao destacar o setor agropecuário como o responsável por tornar Goiás referência nacional, Daniel Vilela apostou também em outro símbolo poderoso: a cultura sertaneja. “É outro produto nosso que nos torna referência”, disse. A declaração aponta para o esforço do governo em transformar a identidade goiana em ativo econômico e político, com o campo como elo entre tradição e futuro.