Secretário de Comunicação de Anápolis é preso em operação contra crimes virtuais
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) prendeu, na manhã desta sexta-feira (16), o secretário de Comunicação da Prefeitura de Anápolis, Luís Gustavo Rocha, no âmbito da Operação Máscara Digital. Além dele, outras duas pessoas ligadas à área da comunicação foram detidas sob suspeita de integrarem uma associação criminosa especializada na prática de crimes contra a honra e perseguição digital.
De acordo com a corporação, os investigados utilizavam perfis falsos no Instagram para difamar pessoas e disseminar ataques direcionados, mantendo-se ocultos por trás de páginas como “@anapolisnaroda”, “@anapolisnaroda2” e “@anapolisnaroda3”.
A investigação teve início após uma vítima, cujo nome não foi revelado, registrar um boletim de ocorrência denunciando perseguição sistemática por meio desses perfis. Segundo a Polícia Civil, a apuração revelou que os crimes se estendiam a diversos outros alvos e incluíam calúnia, difamação e injúria.
Além de Luís Gustavo Rocha, foram presos Ellysama Aires Lopes Almeida — ex-proprietária das páginas e apontada como coordenadora das publicações — e Denilson da Silva Boaventura, identificado como o executor direto das postagens, tanto de autoria própria quanto feitas sob encomenda.
A operação cumpriu ao todo 10 medidas judiciais, sendo três mandados de prisão temporária, três mandados de busca e apreensão e outras medidas cautelares determinadas pela Justiça. A Polícia Civil não divulgou o nome dos demais alvos nem o conteúdo apreendido, mas informou que celulares, computadores e documentos foram recolhidos e serão periciados.
Segundo os investigadores, o grupo operava com um modelo de comunicação coordenado e dissimulado, que usava o anonimato para atacar desafetos e manipular a opinião pública nas redes sociais — com foco especial em figuras públicas, adversários políticos e servidores municipais.
Até o momento, a Prefeitura de Anápolis não se pronunciou oficialmente sobre as prisões nem informou se Luís Gustavo Rocha permanece no cargo.
A Operação Máscara Digital segue em andamento e novas fases não estão descartadas, segundo a delegada responsável pelo caso. A Polícia Civil reforça que manter perfis falsos para atacar terceiros é crime e que o uso de redes sociais não exime os responsáveis de responderem judicialmente por seus atos.