Com 24 ocorrências, Aparecida de Goiânia é a segunda cidade com mais acidentes envolvendo pipas na rede elétrica em Goiás
Distribuidora alerta para crescimento precoce dos casos e reforça ações de prevenção nos bairros mais afetados
A brincadeira tradicional das pipas está provocando preocupações fora de época em Aparecida de Goiânia. Segundo levantamento da Equatorial Goiás, o município já registra 24 ocorrências envolvendo pipas enroscadas na rede elétrica somente nos primeiros meses de 2025. O número é o segundo maior do estado, atrás apenas de Goiânia, que soma 28 casos.
Historicamente mais frequentes nos meses de julho e agosto, os episódios vêm ocorrendo de forma antecipada neste ano, o que acendeu um alerta na distribuidora de energia. De janeiro até a primeira quinzena de maio, Goiás contabiliza 173 registros desse tipo — quase um terço do total de todo o ano passado, indicando uma escalada precoce no número de acidentes.
“Esse crescimento fora de época exige atenção imediata. Em maio, tivemos 42 ocorrências em todo o estado. Isso mostra que o problema está se intensificando antes do período crítico e que precisamos atuar nas cidades com maior concentração de casos, como Aparecida de Goiânia”, explica Vinicyus Lima, gerente do Centro de Operações Integradas da Equatorial Goiás.
Riscos à vida e à infraestrutura
Além de provocar interrupções no fornecimento de energia em bairros inteiros, as pipas colocam em risco a vida dos próprios usuários e de quem circula pelas ruas. Linhas com cerol e linha chilena são particularmente perigosas por serem cortantes e condutoras de eletricidade. O contato com cabos energizados pode causar choques graves, queimaduras e até mortes.
Em Aparecida de Goiânia, bairros com áreas abertas próximas à rede elétrica concentram boa parte das ocorrências. Segundo a distribuidora, os danos vão além da suspensão do serviço: fios rompidos, transformadores danificados e risco de incêndios são consequências comuns quando pipas ficam presas à fiação.
“Um ato que parece inofensivo pode comprometer o abastecimento de hospitais, escolas e até da rede de segurança pública. É uma questão de consciência coletiva”, afirma Vinicyus.
Prevenção e tecnologia
Para enfrentar o problema, a Equatorial tem reforçado ações de campo, como a instalação de espaçadores entre os cabos — dispositivos que impedem o contato entre fios mesmo quando tensionados por linhas de pipa. Em Aparecida, pontos estratégicos também estão sendo monitorados em tempo real pelo Centro de Operações da empresa.
Além das medidas técnicas, a distribuidora tem promovido campanhas educativas com o apoio de escolas, associações de bairro e lideranças locais. O foco é orientar crianças e adolescentes sobre os riscos de soltar pipas em locais inadequados.
Orientações à população
A Equatorial reforça que o uso de cerol e linha chilena é proibido por lei e pode gerar penalidades. A distribuidora também recomenda que pipas sejam empinadas em locais amplos, afastados da rede elétrica, como praças e campos de futebol. Se a pipa enroscar na rede, jamais se deve tentar retirá-la com varas, galhos ou subir em postes.
Caso identifique pipas presas à rede elétrica, o consumidor deve acionar a distribuidora pelos canais oficiais:
-
Aplicativo Equatorial Energia (Android e iOS)
-
Central de Atendimento: 0800 062 0196
Em situações de acidente com fios energizados, o ideal é isolar a área, evitar qualquer contato e chamar o Corpo de Bombeiros pelo 193.
Apelo por um uso responsável
Apesar do apelo cultural da brincadeira, a empresa afirma que o objetivo não é reprimir, mas incentivar um uso responsável. “É possível se divertir com segurança. A pipa faz parte da infância brasileira, mas precisa ser empinada com consciência. Aparecida de Goiânia está entre as cidades mais afetadas e, por isso, nossas ações estão sendo reforçadas aqui”, conclui Vinicyus Lima.