PL e Partido Novo ampliam aliança e miram fortalecimento em Goiás para 2026
Com pautas liberais na economia e conservadoras nos costumes, legendas intensificam articulações regionais e nacionais
O alinhamento entre o Partido Liberal (PL) e o Partido Novo, que já vem se desenhando no cenário nacional, começa a ganhar força também em Goiás. Com bandeiras que combinam liberalismo econômico, redução do tamanho do Estado e defesa de pautas conservadoras, as duas legendas intensificam articulações de olho nas eleições de 2026.
O movimento não é isolado. Nacionalmente, PL e Novo têm atuado em sintonia no Congresso em temas como desburocratização, contenção de gastos públicos, segurança e enfrentamento a projetos de aumento de impostos. A aproximação entre os dois partidos se dá apesar das diferenças de estilo — enquanto o PL tem como principal referência o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua base mais conservadora, o Novo se posiciona no campo do liberalismo econômico, com lideranças como o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e o deputado Marcel Van Hattem.
Em Goiás, a movimentação reflete esse cenário nacional. O estado é visto como estratégico tanto para o avanço da direita liberal quanto para a consolidação de forças conservadoras nas disputas proporcionais e majoritárias. Segundo interlocutores dos dois partidos, há diálogo permanente sobre possíveis alianças, tanto nas chapas locais quanto na construção de uma frente programática conjunta.
Um dos movimentos que simbolizam essa articulação foi a recente filiação do ex-desembargador Sebastião Coelho ao Partido Novo. Ele aparece no radar como possível candidato ao Senado em 2026, com discussões que incluem sua atuação tanto por Goiás quanto pelo Distrito Federal. A filiação reforça a estratégia do Novo de se posicionar como alternativa relevante no debate político, com apoio tácito de setores alinhados ao PL.
A convergência entre as duas siglas se sustenta na defesa de uma agenda que combina responsabilidade fiscal, fortalecimento da segurança pública, liberdade econômica e proteção aos valores tradicionais. Embora mantenham autonomia, as legendas já atuam de forma coordenada em diversas votações no Congresso.
Em Goiás, o ambiente político é considerado favorável a essa aliança. O estado tem perfil majoritariamente conservador e registra forte adesão a pautas ligadas ao agronegócio, empreendedorismo, segurança e defesa da família. A expectativa é que, até 2026, a aproximação resulte em candidaturas conjuntas ou em palanques regionalmente alinhados, especialmente no Legislativo estadual e federal.
Para dirigentes e articuladores envolvidos nas negociações, a leitura é de que o eleitorado goiano responde positivamente a propostas que combinem rigor na gestão pública, menos interferência do Estado na economia e preservação de princípios conservadores nos costumes.
O avanço da articulação entre PL e Novo não é tratado como uma fusão, mas como uma cooperação estratégica que poderá se refletir em alianças formais, dependendo dos cenários locais e nacionais mais próximos das convenções partidárias.
A tendência, segundo fontes ouvidas, é que o modelo adotado em Goiás sirva como referência para outros estados, consolidando uma frente da direita que une discurso econômico liberal com defesa dos valores tradicionais, tanto no Centro-Oeste quanto em outras regiões do país.