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Novo ambulatório oftalmológico em Goiás atenderá pessoas com doença falciforme

SES faz parcerias para atendimento específico de pacientes com doença falciforme, considerada uma das principais causas da cegueira

O Estado de Goiás é o primeiro do país a estruturar um ambulatório específico para atendimento oftalmológico de pessoas com doença falciforme (DF).

A ação é fruto de um termo de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO), a Rede Estadual de Serviços Hemoterápicos (Rede Hemo) e o Centro de Referência em Oftalmologia da Universidade Federal de Goiás (Cerof-UFG), com foco no acompanhamento e tratamento de problemas oculares em pacientes com a doença, uma das principais causas da cegueira.

A assinatura do termo ocorre durante as ações em alusão ao Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme, data instituída em 19 de junho de 2008 pela Organização das Nações Unidas.

O secretário da Saúde interino, Sérgio Vêncio, assinalou que a parceria define a linha de cuidados aos pacientes com falciforme assistidos pelo Hemocentro Coordenador Professor Nion Albernaz. “A partir de agora, o Cerof vai atender, de forma continuada, as pessoas com a enfermidade que tem a retinopatia como uma de suas principais complicações”, sublinhou.

Sérgio Vêncio informou que a equipe do Hemocentro Coordenador realizará exames para identificar doadores de sangue com doença falciforme ou traços da enfermidade, por meio da eletroforese de hemoglobina.

A unidade também ofertará aos pacientes com a condição os exames de dosagem de ferro, ferritina, saturação de transferrina e proteinúria de 24 horas, com o objetivo de ampliar o acesso a recursos para diagnóstico e acompanhamento clínico.

O presidente do Conselho Administrativo e fundador do Cerof, Marcos Ávila, informou que a parceria entre a SES e o Cerof vai suprir a carência no atendimento oftalmológico voltado a pessoas com doença falciforme. Segundo ele, os pacientes poderão ter acesso a tratamentos com laser de alta tecnologia e a medicamentos antiangiogênicos, de alto custo e disponibilizados pela SES.

Marcos Ávila também afirmou que a iniciativa permitirá a realização de estudos sobre as condições oculares em pessoas com doença falciforme, com foco no levantamento epidemiológico e na identificação de fatores de risco que contribuam para o diagnóstico precoce e tratamento de possíveis sequelas.

“Este projeto busca levantar indicadores para definir estratégias de saúde pública ocular, aplicáveis em todo país, para prevenção da cegueira.”

Durante o evento também foi formalizada a parceria já vigente entre a Rede Hemo e o Centro Estadual de Medicação de Alto Custo Juarez Barbosa para descentralização da dispensação de medicamentos de alto custo às pessoas com anemia falciforme.

Além disso, foi firmada a inclusão de Eritropoietina (EPO) no tratamento. A droga é um estimulante da eritropoiese, um produto antianêmico indicado para tratamento de anemia em pacientes com insuficiência renal.

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