Lixão de Goiânia apresenta 12 falhas gravíssimas, segundo relatório da Semad
De acordo com a secretária Andréa Vulcanis, a situação do lixão de Goiânia é irreversível
Um relatório elaborado pela equipe técnica da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) identificou pelo menos 12 falhas gravíssimas no Aterro Sanitário Municipal de Goiânia. De acordo com o documento, o local opera sem licença ambiental válida e em desacordo com normas técnicas e legais, sendo, por isso, classificado como lixão.
As informações foram reunidas a partir de duas ações de fiscalização realizadas no local, nos dias 1º de fevereiro e 24 de abril de 2025, que serviram de base para a elaboração do relatório.
Principais descumprimentos constatados no lixão Goiânia
- Localização inadequada;
- Falta de todas as licenças ambientais obrigatórias;
- Projetos de impermeabilização e drenagem ineficazes;
- Sistema de monitoramento ambiental precário ou inexistente;
- Desvio no cumprimento do projeto aprovado;
- Cobertura e disposição dos resíduos fora das normas;
- Ausência de planos e equipamentos de emergência;
- Manutenção e operação longe do exigido;
- Relatórios e registros ambientais incompletos;
- Gestão deficiente dos resíduos gerados e do lixiviado;
- Proliferação de vetores e pragas em desacordo com as exigências sanitárias;
- Risco real de deslizamentos e acidentes estruturais.
Frente à equipe da Semad, a secretária Andréa Vulcanis disse em entrevista que, com base nas informações técnicas contidas no relatório, a situação do lixão de Goiânia é irreversível.
“Não é possível reverter a condição do lixão para uma situação de um aterro sanitário, por conta do excesso de resíduos que o local recebe e pelo descaso perpetuado durante décadas”, disse a secretária.
“(Agora), o que tem que ser feito é paralisar o depósito de lixo, ou seja, paralisar o dano ambiental, fazer as medidas de remediação para a gestão adequada daquela pilha, para que ela não perca a estabilidade, para que não tenha problema com os gases, a explosão, a gestão do chorume, e evitar ali aquela contaminação. As ações de manutenção para evitar o agravamento desses danos vão ter que acontecer ao longo de muitas décadas”, esclarece a secretária de Estado de Meio Ambiente, Andréa Vulcanis.