Aparecida

Promessa de campanha de Mendanha, Banco de Alimentos de Aparecida ainda não saiu do papel

Eduardo Marques

Promessa de campanha do então candidato à reeleição à prefeitura de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (MDB), o Banco de Alimentos segue em fase de montagem de processo para a construção das obras. Enquanto isso, famílias em situação de vulnerabilidade social sofrem com a omissão do poder público. A equipe de reportagem do Diário de Aparecida visitou na tarde da última segunda-feira, 1º, algumas dessas pessoas que vivem em precariedade.

À época, Mendanha afirmou que o município iria realizar parceria com os governos federal e estadual para garantir que benefícios de programas de transferência de renda chegassem às famílias em situação de vulnerabilidade social, que serão providas também com cestas básicas montadas no Banco de Alimentos Municipal. O Banco será uma central de arrecadação de donativos que Gustavo pretende implantar. A proposta consta no plano de governo dele. 

O plano de criar o Banco de Alimentos nasceu, segundo Mendanha, em consonância com a mobilização feita pela Prefeitura durante a quarentena obrigatória em razão da pandemia, para distribuir milhares de cestas básicas às famílias mais afetadas pelos efeitos econômicos da Covid-19. “Essas ações de combate à fome vão continuar na nossa próxima administração, através do Banco de Alimentos de Aparecida. Com o centro de arrecadação de alimentos poderemos não só combater a fome, mas evitar o desperdício de alimentos”, explicou o candidato.

Desempregados, o casal Antoniel Souza, de 35 anos, e Lilian Maria Neves, de 41 anos, moradores do Jardim Tiradentes, relatam que, em função do decreto que fechou as atividades econômicas no município e a falta de assistência da prefeitura, a crise financeira na família se acentuou. Lilian conta que antes trabalhava em um pesque pague em frente à sua casa e a família sobrevivia com um salário mínimo. “Nós estamos passando por muitas dificuldades. O que eu ganho é muito pouco. Eu tenho uma família para sustentar, um filho de 17 anos, uma criança de 9 anos e um marido.” 

Antoniel cobra da prefeitura um auxílio para família. “Por que a prefeitura não veio aqui até hoje? O prefeito decretou o fechamento do comércio, mas ele deve ajudar as pessoas. Nós estamos desesperados, não sabendo como lidar com as contas. Só com a ajuda das pessoas para gente conseguir ir levando, porque do jeito que está a situação fica muito complicada.” 

Lilian Neves destacou que os filhos sofrem também com problemas de saúde. “Inclusive, essa menina não é qualquer coisa que pode comer, porque ela tem gastrite crônica e a bactéria H Pylore. Ela bebe gardenal. O rapaz toma dantal. Ele não pode ficar sem. Esses dias faltou, teve crise de epilepsia. Nós não recebemos nenhum tipo de benefício, nem Bolsa Família. Não tenho carteira assinada. A prefeitura nunca veio aqui e nem entrou em contato. Nós precisamos de uma ajuda”, contou. 

Sem previsão de receber novas doações de alimentos, Neves disse que a partir de agora não sabe como a família irá se sustentar. “Eu sobrevivo através de doações das pessoas. E não sei se vão continuar. Quando meu filho foi acidentado eu ganhei muitas cestas. Graças a Deus elas me ajudaram bastante. Eu passo muita necessidade. De agora em diante não sei como vai ser. Agora temos que esperar em Deus, porque não temos outra solução. Eu fiz uma compra em um cartão, mas agora não tenho dinheiro para pagá-lo. Estamos de mãos atadas. O que eu ganho não dá para nada. O pai do rapaz não ajuda em nada e recebo R$ 300 de pensão do acidente do pais dela. Eu recebo R$ 700 do pesque-pague onde trabalho.” 

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