Sem vagas em CMEI para deixar netos, auxiliar de limpeza recorre a babá
A auxiliar de limpeza Flaviane Amaro da Silva, de 48 anos, moradora do Setor Independência Mansões, cria os três netos com dificuldades. Não tendo com quem deixá-los, ela disse que necessita pagar uma auxiliar, o que compromete a renda familiar. “Eu sou auxiliar de limpeza e crio 3 netos. Ganho um salário mínimo e pago uma babá, que custa R$ 600, porque os CMEIs estão fechados. Tenho que me virar com o que sobra, com água, energia, inclusive estou com duas contas de energia sem pagar. Pago babá, porque meus netos não têm com quem ficar para eu trabalhar. Com desconto, eu recebo R$ 915.”
Silva contou que sobrevive através de doações e que a prefeitura não a ajuda. “Tem um pessoal que me doa cestas, mas não é o suficiente. Estou indo, conforme Deus quer. Estou com a guarda dos netos. Está difícil a situação. Eu estava pegando o bolsa família dos meus netos, mas é a mãe que está com o cartão, então não recebo mais. Preciso esperar o juiz decretar a guarda definitiva deles para mim eu pego o dinheiro. Até agora não recebo nenhum benefício da prefeitura de Aparecida de Goiânia”, afirmou.
Com dificuldades para comprar móveis ao quarto dos netos, ela pede socorro. “Estou montando o quarto deles. Eles estão dormindo no tapete, porque o dinheiro não sobra para comprar uma cama. Não tem guarda-roupa, brinquedo, a situação aqui é precária. Nem leite os meninos têm. Meu coração chega dói. Eu moro num cômodo do lote da minha mãe. Graças a Deus todos aqui estão com saúde, mas a situação financeira é complicada. Tem dias que eu choro bastante. Eu como no serviço pelo vale alimentação. Tenho problemas de saúde também.”
Procurada pela reportagem do DA, a Secretaria de Assistência Social informou que iniciou ainda em janeiro o processo para a construção do Banco de Alimentos da cidade e as obras devem ser iniciadas assim que finalizados os trâmites legais. De acordo com a pasta, o Banco é um programa do Governo Federal, e que será implantado em parceria com doadores de alimentos como supermercados, feiras entre outros.
Conforme a nota, após esse repasse, a secretaria fará a distribuição para as entidades e instituições cadastradas na pasta que farão o repasse para as famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social. Informa que o local onde serão armazenados os alimentos antes da distribuição está sendo projetado em conformidade com todas as regras sanitárias vigentes.
Da Redação