Celg GT: leilão marcado para 13 de maio, com preço mínimo de R$ 1,531 bilhão
Da Redação
O leilão da Celg Geração e Transmissão (Celg GT) já está agendado: será no dia 13 de maio, na Bolsa de Valores de São Paulo. A estatal goiana de produção de energia elétrica será ofertada pelo valor mínimo de R$ 1,531 bilhão, valor superior ao que a privatização da Celg D, muito maior, alienada na gestão do ex-governador Marconi Perillo, arrecadou para os cofres do Estado.
A Celg GT é cobiçada por investidores de todo o mundo. Isso significa que o leilão pode acabar trazendo um ágio significativo, aumentando o valor que será pago pela empresa. Sobre a venda, incorre imposto de renda, já que se trata de transferência de ações. Caso o preço fique mesmo como previsto, a carga tributária será de R$ 169,4 milhões.
Tudo está pronto e arranjado para a operação. A privatização foi aprovada em assembleia de acionistas e pelo conselho administrativo em fevereiro. Entre os próximos passos, está a realização de audiência pública, prevista para este mês, que deve expor todo o processo de venda e promover debate sobre o assunto. A transparência sobre o processo, por ordem do governador Ronaldo Caiado, é prioridade absoluta.
Detalhe importante: essa audiência, com espaço para manifestações e questionamentos, que serão respondidos pela atual direção da Celg GT, deve ocorrer em ambiente virtual, por conta da pandemia de Covid-19. Depois, será montado um data room, ou seja, um repositório de dados sobre a companhia, com livre acesso aos interessados, disponível por até 30 dias.
Nos próximos dias, a Celg GT deve divulgar o resultado econômico-financeiro de 2020. A expectativa, pelas projeções do terceiro trimestre, é de que a estatal tenha obtido lucro líquido de cerca de R$ 100 milhões. Sendo confirmado esse número, o preço que a estatal pode alcançar na privatização pode até subir, diante do seu potencial comprovado de faturamento e capacidade de gerar caixa.
Marconi e José Eliton aumentaram a dívida estadual para vender a Celg D
“A Celg GT, bem menor do que a Celg Distribuidora, será vendida a um preço maior, sem endividamento do Estado e trará lucro aos goianos. Como o ex-governador Marconi Perillo explica isso?”, perguntou o secretário geral da governadoria Adriano Rocha Lima, ao comparar para o Diário de Aparecida as duas operações de privatização, a da Celg GT e a da Celg D, esta ocorrida na gestão de Marconi.
Adriano Rocha Lima lembra que os governos do PSDB venderam a Celg D em troca de um ingresso de pouco mais de R$ 800 milhões no caixa do Estado, além de contrair um financiamento superior a R$ 2 bilhões para quitar o passivo da estatal – débito que foi incorporado ao endividamento do Estado. Os novos proprietários – os acionistas da Enel italiana – receberam a companhia sem dívidas.
Em relação às ressalvas que Marconi e o também ex-governador José Eliton fizeram à privatização da Celg GT, o secretário geral da governadoria apontou a falta de credibilidade dos dois ex-governadores tucanos, diante de processos judiciais que respondem ou já responderam, por improbidade administrativa. Adriano Rocha Lima afirma que, ao criticar a administração de Ronaldo Caiado em relação às contas públicas, Marconi e Eliton “querem imputar à atual gestão um endividamento que foi causado por eles ao longo dos 20 anos em que estiveram à frente do governo estadual.”
O secretário geral da governadoria diz, ainda, que os dados apresentados pelos tucanos em relação à Celg GT são falsos e chama de vexatória a negociação feita no governo peessedebista para venda da Celg D. “Trata-se de evidente mentira a afirmação lançada pela dupla segundo a qual a Celg GT foi uma empresa criada por eles. Na verdade, foi a Lei Federal 10.848/2004 que determinou a desverticalização das concessionárias de serviço público de distribuição de energia elétrica que atuam no Sistema Interligado Nacional (SIN).”
Ainda sobre a venda da Celg Distribuidora, na época uma das 150 maiores empresas do Brasil, o secretário indagou “por que [os tucanos] abriram mão de 30 anos de contrato, com a renovação da concessão já aprovada pela Aneel, com prejuízo da ordem de quase R$ 7 bilhões.” Para Adriano Rocha Lima, os ex-governadores tiraram dinheiro de políticas públicas para a privatização. “Precisam dizer por que endividaram o Estado e sumiram com o dinheiro em programas que não trouxeram resultados algum. A exemplo do famigerado Goiás na Frente.”