Editorial do Diário de Aparecida: O pior cego
Mais um alerta para o equívoco do prefeito Gustavo Mendanha ao decidir pelo escalonamento intermitente do comércio, indústria e serviços por regiões, que mantém 60% da economia de Aparecida funcionando diariamente, veio da posição inteligente adotada pelo prefeito de Goiânia Rogério Cruz – ele anunciou adesão integral ao modelo 14×14 instituído pelo decreto do governador Ronaldo Caiado, que prescreve 14 dias de portas fechadas e em seguida 14 dias de reabertura, consecutivamente, até que a pandemia perca o seu atual ritmo avassalador.
O pior cego, diz o ditado popular, é o que não quer ver. Mendanha está sozinho na sua escolha por um padrão de isolamento social que não interrompe o ciclo de 2 a 14 dias do coronavírus e não se repete em parte alguma. Nenhum outro município acima de 100 mil habitantes, em Goiás, segue esse esdrúxulo sistema, que contraria até mesmo o empresariado, conforme as palavras do presidente da FECOMÉRCIO, Marcelo Baiocchi, que o considerou nocivo para os negócios.
Dizem que o prefeito de Aparecida sonha em ser candidato a governador em 2022 e por isso busca se posicionar como principal adversário do governador Ronaldo Caiado, a fim de conquistar um espaço dentro da oposição. Porém, ao desenvolver esse projeto eleitoral às custas da segurança sanitária e das vidas dos 600 mil aparecidenses, incorre em um ato de irresponsabilidade que poderá custar caro para ele próprio e para as cidadãs e cidadãos do município. Mendanha e a família, aliás, foram contaminados.
Aparecida não pode continuar comprometendo os esforços de enfrentamento à Covid-19 na região metropolitana, marchando em passo diferente do resto do Estado e principalmente divergindo da vizinha Goiânia, com a qual forma um núcleo urbano único. Está aí o exemplo de Rogério Cruz, que comprovou não acreditar em ações isoladas contra a tragédia da pandemia e se alinhou com a visão científica e com o dever de proteger as goianienses e os goianienses. Abre os olhos, Gustavo Mendanha!