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Daniel descarta aliança com PSDB e admite apoio a Caiado para 2022

O presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, voltou a reafirmar esta semana que nem ele nem o partido que comanda têm qualquer afinidade com o PSDB em Goiás. Ao mesmo tempo, reiterou elogios ao governador Ronaldo Caiado, a quem definiu como bem-intencionado, decente e homem de bem.
Daniel deu uma longa entrevista ao Jornal Opção, na qual ficou claro que não existe a menor hipótese de composição com os tucanos para a montagem de uma chapa de oposição em 2022, como andaram espalhando os ex-governadores Marconi Perillo e José Eliton.
Não é novidade: o PSDB acumulou desgastes insuperáveis entre o eleitorado estadual. Goianas e goianos adquiriram uma forte ojeriza pela legenda e mais ainda pelas suas duas maiores lideranças, depois da sequência de escândalos que marcaram os governos da legenda – culminando com a prisão de Marconi e um pedido de detenção para Eliton, que o juiz federal encarregado do caso de propinas na Codego acabou julgando desnecessário.
Em relação a Caiado, Daniel Vilela continua repetindo o mantra de que o governador foi solidário com a sua família durante o padecimento e morte do pai, Maguito Vilela, que foi acometido pela Covid-19. O emedebista e o democrata se aproximaram a ponto de manter hoje um canal aberto de diálogo, sistematicamente exercitado por meio de telefonemas frequentes e pelo menos quatro encontros reservados no Palácio das Esmeraldas.
Em 2018, os dois foram adversários na disputa pela governadoria, com Daniel fazendo uma campanha de críticas fortes e ataques, carregando na ironia e nas alfinetadas contra o concorrente – o que não adiantou, porque Caiado venceu no 1º turno. Depois da posse, o emedebista continuou na ofensiva, despachando petardos periódicos contra o governador, dando a entender que estaria tentando manter vivo o seu recall para se candidatar novamente ao Palácio das Esmeraldas em 2022.
Com a doença de Maguito, Caiado tomou a iniciativa de entrar em contato com Daniel e sugerir que seu pai fosse levado para tratamento em São Paulo, onde, explicou, estaria preservado e teria mais tranquilidade para ser cuidado, evitando o assédio de que toda celebridade hospitalizada é alvo. A partir daí, os contatos se estreitaram, com o governador acompanhando de perto a evolução do estado de saúde de Maguito e sempre se colocando à disposição para colaborar (lembrando que é médico). Com o falecimento do ex-prefeito, esteve na linha de frente das cerimônias de despedida, solidarizando-se com Daniel e o amparando de perto.
Nasceu aí uma amizade profunda. Agora, o emedebista só faz referências positivas a Caiado. Diz também que, “depois que meu pai faleceu, lembro todo dia que eu tenho que ser mais Maguito e menos Daniel”. Ele mesmo explica: “Não que o Daniel seja alguém que não tenha méritos, mas é pela juventude, acho que isso é mais da idade. E a idade vai passando e a gente vai também amadurecendo e não tenho dificuldade em reconhecer isso.”
Há outras sugestões, na entrevista, sobre a aliança que está se desenhando entre o MDB e o Democratas: “Se for esse o sentimento majoritário do partido, eu acho que não haverá problema. Eu não tenho problema pessoal com ele. Agora, essa decisão vai ser tomada lá na frente e tem que ouvir todos.” Mais: “Já fomos aliados, e ele (Ronaldo Caiado) reconheceu que a eleição dele para o Senado contou com fundamental apoio do MDB. Não quero ter porta fechada com ninguém.”

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