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“Nossa gestão será voltada ao social”, diz Rogério na regularização de imigrantes venezuelanos

O prefeito Rogério Cruz defendeu nesta quinta-feira (15/4) ações sociais para amparar imigrantes que escolheram a capital goiana como moradia. “Nossa gestão será muito voltada para o social”, disse durante entrega de 25 documentos de legalização emitidos pela Polícia Federal (PF) para os Índios Warao venezuelanos, que também receberam cestas básicas. O evento contou com a presença da primeira-dama, Thelma Cruz, e da secretária municipal de Direitos Humanos, Cristina Lopes.

Segundo o prefeito, com a ação, os índios Warao se tornam “verdadeiros cidadãos brasileiros, podendo viver com qualidade de vida”. Rogério Cruz lembrou a época que esteve na África em missões sociais ao se solidarizar com a situação dos imigrantes. “Passamos por situações difíceis. Quando somos imigrantes, o olhar é diferente”, relatou . “Quando as pessoas chegam em determinado local que não conhecem, elas precisam de um norte. Aqui elas estão recebendo um norte para sobreviver”, destacou.

Thelma Cruz falou da satisfação em poder contribuir com a melhoria da qualidade de vida de cada cidadão. “Sempre temos o desejo de passar o carinho, abraço e nosso amor sem olhar raça, mas sim o ser humano. Vamos olhar por vocês e fazer valer o direito de cada um”, garantiu a primeira-dama.

Apoio para regularização
A Secretaria Municipal de Direitos Humanos foi responsável por dar todo apoio necessário para que esses imigrantes realizassem a regularização documental na PF para emissão dos documentos de legalização, que são considerados como a identidade do imigrante. Segundo a pasta, desde o início da pandemia, cerca de 120 atendimentos foram realizados pela PF para pessoas desta comunidade, todos com o apoio irrestrito da Prefeitura de Goiânia.

Titular da pasta, Cristina Lopes relatou que uma das determinações do prefeito Rogério Cruz e da primeira-dama era para que a ajudasse na agilização da liberação dos documentos. “A documentação abre porta para o emprego formal, para que saiam dessa condição de mendicância e vulnerabilidade e possam, de fato, ter dignidade e um emprego”, afirmou.

Delis Baria Moreno é um dos indígenas comtemplados com a ação desta quinta-feira. Em Goiânia há cinco meses, ele demostrou satisfação em receber o documento. “É importante porque senão não tem como sacar dinheiro no banco”, exemplificou. Ele presenteou o prefeito e a primeira-dama com uma obra de artesanato feito pela comunidade indígena Warao em forma de agradecimento do apoio da atual gestão.

Goiânia conta com uma população que varia de 120 a 170 pessoas dessa etnia. Segundo estimativa da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, desde a sua chegada na capital, em dezembro de 2019, pessoas desta comunidade elegeram a região central para morar. No geral, estão concentrados nas proximidades do Terminal Rodoviário, no Setor Norte Ferroviário, Criméia e Urias Magalhães.

Como grande parte das pessoas da etnia não falam a língua local, a Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, realiza apoio humanitário aos imigrantes. A pasta disponibiliza intérpretes, faz a mediação cultural para os refugiados em atendimentos de saúde na atenção primária, urgência e hospitalização, em atendimentos jurídicos, bancos, cartórios e delegacias. Além disso, disponibiliza todo o suporte necessário para que tenham acesso a serviços socioassistenciais, como cadastro único, bolsa família e auxílio emergencial.

Histórico
A migração de grupos indígenas venezuelanos da etnia Warao para o estado de Goiás teve início no mês de dezembro de 2019, quando um grupo de 33 pessoas chegou à cidade de Anápolis vindo de um abrigo para refugiados venezuelanos existente em Parauapebas, no Pará.

A entrada no Brasil de grupos indígenas venezuelanos vem ocorrendo desde o ano de 2014 e se intensificou no estado de Roraima em 2017, gerando um fluxo migratório constante entre as cidades de Pacaraima e Boa Vista, em Rondônia e a cidade de Manaus, no estado do Amazonas.

Entre os anos de 2018 e 2019 alguns grupos seguiram para a cidade de Belém, no Pará, estabelecendo uma nova rota: Santarém/Belém/Parauapebas, que chegou a contar 150 pessoas desta comunidade no abrigo público da cidade. Outros grupos seguiram para Porto Velho, estabelecendo o fluxo Manaus/Porto Velho.

Em dezembro de 2019, essas duas rotas migratórias de indígenas Warao se convergem para a cidade de Goiânia e assumem caráter de estabilidade em função do aumento progressivo de pessoas presentes nos locais de abrigamento.

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