Aparecida de Goiânia volta à situação de calamidade no mapa de risco da Saúde
A região Centro-Sul de Saúde do Estado, com sede em Aparecida de Goiânia, voltou para a situação de calamidade no mapa de risco do Painel da Covid-19 da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). A atualização foi feita na sexta-feira, 11. No mapa da semana passada, essa região estava em situação crítica, um cenário intermediário entre as três classificações da pasta. A taxa geral (pública e privada) de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) para tratamento da doença no município é de 69,75%. De acordo com a Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia, até as 17 horas da última quinta-feira, 10, a taxa de ocupação de leitos de UTI na rede pública de saúde estava em 59% e as enfermarias tinham ocupação de 74%.
De acordo com o Painel Covid-19 de Aparecida de quinta-feira, 10, a cidade possuía 838 casos ativos, que estão hospitalizados ou monitorados pela Telemedicina, oxímetros e exames. De 68.053 casos confirmados, 65.903 estão recuperados e 1.312 vieram a óbito por Covid-19, com cinco confirmados nas últimas 24 horas. A Secretaria de Saúde de Aparecida informa que, nas últimas 24 horas, foram confirmados 181 novos casos na cidade.
Apesar de a pandemia estar em pleno avanço no município, o Comitê Municipal de Prevenção e Enfrentamento ao Coronavírus, em reunião realizada na última terça-feira, 8, decidiu estender por pelo menos mais uma semana o cenário verde (risco baixo) de escalonamento. Embora despreze os números apresentados, a equipe técnica diz que está em alerta sobre a possibilidade de crescimento do número de contaminações por Covid-19. Nova reunião do comitê está marcada para a próxima semana.
A avaliação do comitê é de que a pandemia ainda oscila entre o cenário verde e próximo a amarelo, de risco moderado. Os dados de contaminação e internações resultantes do último feriado, de Corpus Christi, ainda não foram consolidados, já que são necessários pelo menos 14 dias para uma avaliação robusta. Assim, o comitê deve tomar uma decisão sobre adoção ou não de novo cenário somente na semana em que se completar o prazo necessário.
Recentemente, a prefeitura autorizou o funcionamento de eventos sociais e cinemas. De acordo com a SES-GO, municípios que estão em situação de calamidade deverão adotar procedimentos padronizados. No caso, o entendimento das autoridades em saúde é de que haja a interrupção de todas as atividades, exceto supermercados e congêneres, farmácias, postos de combustível e serviços de urgência e emergência em saúde. A nota técnica define ainda que, caso seja observada piora nos indicadores, cada região manterá as medidas restritivas respectivas a cada situação por pelo menos 14 dias.
Zoneamento
O prefeito Gustavo Mendanha (MDB) atribui, desde o início de março deste ano, ao modelo israelense de isolamento social intermitente a diminuição dos casos e mortes por Covid-19. Porém, a política de flexibilização permitiu a proliferação e o colapso do sistema de saúde no município. Com base nas informações da SES-GO, a média de mortes diárias pelo novo coronavírus em Aparecida no mês de abril foi de 7,9, um pouco menor do que em março, quando foram registradas 8,3 mortes por dia. Em abril, a SMS de Aparecida de Goiânia comprovou três casos de reinfecção pela Covid-19. Segundo a pasta, os pacientes tiveram a doença duas vezes em um intervalo superior a 90 dias.
Conforme noticiado pelo Diário de Aparecida, o município registrou 239 óbitos em decorrência da Covid-19 no mês de março deste ano, e a pandemia se agravou. Já em maio foram 107 mortes pelo coronavírus. A média diária de mortes chegou a 8,3 e não é por acaso. Cenas de aglomeração na cidade foram cada vez mais comuns, ao passo que pontos comerciais aparecidenses e feiras livres funcionam livremente. Tudo isso devido à implantação equivocada do modelo de zoneamento por macrozonas na cidade.