Brasil

Editorial do Diário de Aparecida: Orgulhe-se

Junho é o mês do orgulho LGBTQIA+! Internacionalmente celebrado em 28 de junho, o mês todo é utilizado para que a comunidade lute por direitos no mundo inteiro. A data não foi escolhida aleatoriamente: no dia 28 de junho de 1969, uma rebelião colorida começava na cidade de Nova York (EUA). O palco era o bar gay Stonewall Inn. A homossexualidade era considerada uma doença, e os gays se escondiam para que não perdessem o emprego e até mesmo suas casas.

É verdade que há avanços significativos desde a Revolta de Stonewall, mas 52 anos depois ainda é preciso chamar a atenção para o duro cotidiano de pessoas LGBTQIA+ no Brasil e no mundo. Aqui no País, é crescente o avanço de grupos conservadores que exalam o preconceito contra os negros, as mulheres e a população homossexual. De 2011 a 2018, o Disque 100 registrou 529 denúncias de assassinatos, a Transgender Europe sinalizou 1.206 homicídios de transexuais, e o GGB apontou 2.687 mortes. Foram totalizadas 4.422 mortes no período, o que corresponde a 552 mortes por ano ou a uma vítima de homofobia a cada 16 horas no Brasil.

Diante dos números assustadores, em 13 de junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou a LGBTfobia ao crime de racismo. A luta mais ampla é pelo fim do preconceito, evitando que pessoas sejam presas por discriminar outras pessoas. A história de quem lutou há 50 anos e continua resistindo em meio a um cenário ainda sombrio e estigmatizado não é em vão.

É preciso também celebrar, claro! Os avanços são inegáveis, mas os gritos e vaias pronunciados na noite do Stonewall Inn irradiam no olhar de cada pessoa que participa das paradas do orgulho mundo afora sempre no mês de junho em anos anteriores à pandemia. A parada e todo este mês dedicado a essa luta simbolizam o orgulho de existir, a alegria, revestida pelo protesto por resistir. Ninguém é obrigado a aceitar as diferenças, mas respeitar é dever de todos nós!

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