Editorial do Diário de Aparecida: 500 mil
O Brasil alcançou nesse último fim de semana a trágica marca dos 500 mil mortos pela Covid-19, depois de um ano e quatro meses de pandemia, em que erros foram cometidos em série, sem falar nas omissões deliberadas do governo federal e do papel criminoso que o presidente Jair Bolsonaro desempenhou ao boicotar o processo de vacinação, promover medicamentos ineficazes e dar um triste exemplo de desrespeito às normas de prevenção sanitária contra a nova doença.
Em Goiás, o governador Ronaldo Caiado, médico por formação, procurou fazer o possível para liderar o enfrentamento a essa praga insidiosa, tendo, inclusive, comprometido até mesmo seus interesses políticos, pois acabou rompendo e se afastando do chefe da Nação por discordar dos seus métodos na área de Saúde. O Estado é um dos que apresentam hoje redução no número de casos e de mortes, além de já ter vacinado com a 1ª dose mais de um quarto das goianas e dos goianos – um dos melhores índices do País. Com a 2ª dose, o percentual já passou de 10%.
O governador também já assegurou que até meados de setembro toda a população acima de 18 anos estará vacinada, meta que, segundo ele, poderá até ser alcançada bem antes, dada a rapidez com que o processo tem avançado e agora com o reforço da aquisição direta de imunizantes, que Goiás poderá fazer com autorização da Anvisa.
Infelizmente, Aparecida, base deste jornal, patina quanto à proteção dos seus moradores, com números muito abaixo da média do Estado e do País. Até agora, nem 8% dos aparecidenses receberam a 2ª dose, apesar do marketing da prefeitura, que enganosamente vende uma imagem de eficiência na cobertura vacinal, mas esconde a ineficiência que tem sido a marca da atual gestão, comandada pelo sr. Gustavo Mendanha.
Aqui também houve equívocos que se constituíram em perda de tempo e agravaram a pandemia na cidade, como a estória do spray nasal israelense, uma miragem bolsonariana em que Mendanha embarcou mesmo com as advertências de cientistas de que o medicamento não tinha nenhuma comprovação contra a Covid-19 e ainda necessitaria de um longo período de avaliação clínica. Como sempre, com muita propaganda e pouca praticidade.