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PSD sinaliza apoio à reeleição de Caiado, com Meirelles ao Senado

Apesar de as eleições de outubro de 2022 estarem distantes, o PSD iniciou diálogo com Ronaldo Caiado (DEM) para apoiar a reeleição do governador, com a presença até mesmo do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles como candidato ao Senado.

Os cardeais do partido – presidente nacional Gilberto Kassab, presidente estadual Vilmar Rocha, senador Vanderlan Cardoso, deputado federal Francisco Jr e o ex-ministro Henrique Meirelles – estiveram com o governador Ronaldo Caiado em visita de cortesia, mas com forte conteúdo político, na última sexta-feira, 25, no Palácio das Esmeraldas.

Ronaldo Caiado tem tempo para definir as coligações partidárias e para a disputa à única vaga ao Senado. Ele avalia várias alternativas: Iris Rezende e Luiz do Carmo, pelo MDB; Henrique Meirelles, pelo PSD; João Campos, pelo Republicanos; Alexandre Baldy, pelo Progressistas; e Zacharias Calil, pelo DEM.

Quem melhor reforçou as intenções do PSD para Goiás foi Kassab. O presidente nacional da sigla disse que é preciso “estar numa chapa majoritária que dê condições ao partido de eleger seus principais nomes”. Kassab explicitou que a meta do PSD para 2022 é que sejam eleitos cerca de 70 deputados federais e 20 senadores. Nesse cenário, Goiás estaria representado por Henrique Meirelles no Senado e por Francisco Jr. (PSD) na Câmara dos Deputados.

No encontro com o presidente da Assembleia Legislativa, Kassab reforçou o interesse que tem em Lissauer Vieira integrar o partido. A reunião na Assembleia ocorreu minutos depois da comitiva do PSD visitar o governador no Palácio das Esmeraldas. Durante encontro do partido em uma casa de eventos no Setor Marista, em Goiânia, Kassab ressaltou ter plena convicção de que Goiás “irá entender o motivo da vinda” de Meirelles para o Estado. “Estamos construindo os palanques regionais que vão respaldar o projeto nacional, o carro-chefe será a candidatura ao Senado com o Henrique Meirelles”, disse Kassab, acrescentando que o partido não pretende operar nenhuma mudança na liderança do PSD em Goiás.

Segundo Kassab, o PSD no Estado está sendo bem conduzido por Vanderlan Cardoso, Francisco Júnior e Vilmar Rocha. “Tudo está em uma harmonia plena. Na política, sempre temos troca de bastão, mas no momento isso não está em questão. Talvez possamos mudar isso um dia, por vontade deles, mas hoje isso não está sendo discutido”, afirmou Gilberto Kassab.

Candidatura enfrenta resistências pela falta de identidade com Goiás

“No PSD, você tem um espaço seguro, firme e confiável para fazer seu projeto. O partido abraça o seu projeto. Mas tudo tem seu tempo. Na hora certa, vamos reunir todos e definir os destinos do partido, que está unido e tem diretrizes e agenda para 2022”, disse o presidente estadual Vilmar Rocha a Henrique Meirelles, na reunião do PSD com o ex-ministro.

O deputado federal Francisco Jr, que chegou a defender a “reoxigenação” no comando do partido no início do ano, afirmou, também em discurso no evento, que é preciso já atuar na busca de um “time” forte para as eleições. “Está certo que há o tempo de cada coisa, mas é tempo de quê agora? Se o partido quiser jogar bem, é tempo de montar o time, planejar, se preparar e saber onde quer jogar”, defendeu.

No seu discurso, Meirelles repetiu por cinco vezes que “nasceu e cresceu” em Goiás e que sempre levou em conta interesses do Estado nas funções que ocupou. A preocupação em mostrar proximidade com o Estado ocorre pela crítica de adversários e de desgastes que o próprio partido admite pelo fato de ele não ter exercido o mandato de deputado federal, para o qual foi eleito com recorde de votos em 2002. “Sempre mantive Goiás na cabeça, sempre mantive conexões com o Estado. Nasci e cresci aqui, estudei aqui, no Lyceu, e tenho grande compromisso com o Estado em qualquer função”, disse.

Na última quinta-feira, 24, o deputado federal Zacharias Calil (DEM), também pré-candidato ao Senado, fez críticas a Henrique Meirelles, em nota divulgada pela coluna Giro, de O Popular: “O que ele fez pelo Estado de Goiás para vir aqui e querer sair candidato? Será que esse pessoal acha que aqui é terra de ninguém, que é só chegar e colocar fogo no álcool pra dominar tudo? Nós já passamos dessa fase. Goiás não é mais uma capitania de São Paulo”, disse o deputado.

No evento de sexta-feira passada, Meirelles reafirmou o compromisso de cumprir o mandato de oito anos, caso seja eleito, e disse que não há dúvidas sobre sua decisão de ser candidato ao Senado por Goiás. Kassab reforçou o discurso do secretário, afirmando que ele poderia ser candidato por outros Estados, inclusive São Paulo, mas fez questão de escolher sua terra natal. “Ele sempre volta para suas bases, origens, família, amigos. Quando quis ser deputado federal, escolheu o seu Estado. Agora também poderia ser candidato em outro lugar, porque teve convites inclusive no meu Estado [SP] para ser senador, mas falou: ‘Não, se for para ser senador é no meu Estado”, declarou.

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