Aparecida

Menos de 9% da população aparecidense recebeu as duas doses do imunizante contra Covid-19

O ritmo de vacinação contra a Covid-19 em Aparecida de Goiânia ainda segue em ritmo lento. A imunização em duas etapas alcançou 8,05% da população geral do município. Foram 47.516 doses aplicadas na segunda etapa de vacinação. Já a primeira dose dos imunizantes alcançou 25,95% dos aparecidenses, com 153.187 doses aplicadas e 6.300 únicas, segundo o Painel da Covid-19 da cidade, divulgado às 17 horas da última terça-feira, 29. O Diário de Aparecida utilizou as informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cuja estimativa populacional de Aparecida para 2020 foi de 590.146 habitantes. Até agora, o município aplicou, no total, 207.003 doses.

Os municípios goianos mais populosos do Estado apresentam cenários diferentes no que se refere à proporção de vacinas já aplicadas como segunda dose, tendo como base cruzamentos de dados das respectivas secretarias municipais de Saúde. Goiânia, cidade mais populosa, com 215.993 pessoas que receberam a segunda dose, o que corresponde a 14,24% dos goianienses, lidera o ranking da vacinação entre as três cidades com mais habitantes de Goiás. Anápolis, terceira maior cidade em população, ocupa a vice-liderança do ranking estadual com 11,72% dos anapolinos imunizados com a segunda dose, o que corresponde a 45.945 pessoas. Com relação à primeira dose, Goiânia aplicou 554.002, o que representa 36,54% da população total imunizada contra a Covid-19. Em Anápolis, 36,10% da população está imunizada com a primeira dose, o que corresponde a 141.434 pessoas.

Levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás apurou que, referente à primeira dose da vacina contra a Covid-19, foram aplicadas 2.245.085 doses em todo o Estado, o que corresponde a 31,56%. Em relação à segunda dose, estão imunizados 9,99% dos goianos, ou seja, 710.984 pessoas. Em relação às vacinas, o Estado de Goiás já recebeu 3.863.810 doses de imunizantes, sendo 1.508.580 da CoronaVac, 1.956.470 da AstraZeneca, 348.660 da Pfizer e 50.100 da Janssen.

Mais de 12% dos brasileiros tomaram as duas doses ou a dose única de vacinas contra a Covid-19. De acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa, divulgado às 20h da última terça-feira, 29, são 25.556.540 pessoas vacinadas com a segunda dose e 431.106 que receberam a dose única, um total de 25.987.646 doses aplicadas, ou seja, 12,27% da população. A primeira dose foi aplicada em 72.534.656 pessoas, o que corresponde a 34,25% da população. Somando as duas doses e a dose única, são 98.552.302 vacinas aplicadas no total.

A maioria das vacinas utilizadas contra a Covid-19 usa duas doses para a imunização. CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer, vacinas que fazem parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI), precisam das duas doses, em intervalos diferentes, para que o esquema vacinal seja completo. A única exceção, até o momento, é o imunizante desenvolvido pela Johnson&Johnson, que utiliza apenas uma dose.

Os estudos das vacinas foram feitos com a imunização em duas doses. Ou seja, a eficácia prometida pelas empresas foi determinada a partir dos testes com duas aplicações. Além de aumentar a proteção, a segunda dose ajuda a prolongar essa proteção. “A primeira dose vai provocar um estímulo da resposta do nosso sistema imune. Quando você toma a primeira dose, ela já provoca que o nosso sistema de defesa comece a produzir os anticorpos. Mas uma dose não é suficiente, vamos precisar de um reforço. Esse reforço fará com que a produção de anticorpos seja melhor ainda e nos deixe imune por mais tempo. A eficácia da vacina se torna maior, melhor e mais duradoura com a segunda dose”, explica o infectologista Gustavo Magalhães ao G1.

Aparecida investe no “marketing da vacina” em vez de promover campanhas educativas

Moradores de Aparecida denunciam constantemente ao DA que não estão conseguindo agendar a vacina contra a Covid-19 pelo sistema on-line (aplicativo e site) da prefeitura. Uma leitora do jornal, que preferiu não se identificar, afirmou que não há vaga para o recebimento do imunizante durante a semana nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s). O morador do Jardim Tiradentes Wendell Fernandes ressaltou que quem não possui veículo encontra dificuldade para se vacinar na cidade. “Difícil conseguir vaga no agendamento nesse aplicativo da saúde de Aparecida para UBS mais próxima. O Mendanha pensa que todos os aparecidenses têm um automóvel”, escreveu ele em uma rede social do jornal.

Embora a Prefeitura de Aparecida de Goiânia gaste o dinheiro dos contribuintes em campanhas publicitárias para ressaltar que o município estaria supostamente à frente de outros do Estado de Goiás no processo de vacinação da população contra a Covid-19, Aparecida é uma das grandes cidades goianas onde a imunização está mais atrasada, com baixa cobertura em relação à aplicação da 2ª dose. O prefeito Gustavo Mendanha (MDB) desperdiça recursos municipais para fazer o chamado “marketing da vacina”, em detrimento das ações que verdadeiramente poderiam oferecer alguma contribuição contra o avanço da doença, em especial com anúncios educativos e não políticos.

Vale ressaltar que, para combater a pandemia, é um erro a concepção de competição entre os poderes públicos, buscando-se vender a imagem de que este ou aquele estaria à frente das ações de prevenção ou de combate direto a essa verdadeira praga dos tempos modernos. No caso da Prefeitura de Aparecida, mais uma vez, apenas se confirma que tudo é feito com vistas a faturar dividendos pessoais para o prefeito e não em benefício do conjunto da sociedade. (E.M.)

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