Câmara diz que Rogério Cruz acerta em romper contrato com a Caixa
Vereadores da Câmara de Goiânia defenderam, durante a sessão desta quarta-feira (30), a decisão do prefeito Rogério Cruz (Republicanos), em suspender contrato de R$ 780 milhões com a Caixa Econômica Federal, em nome da economia das finanças públicas do município.
O contrato de empréstimo com a Caixa, previa a destinação de recursos para a troca do asfalto de mais de 600 km de ruas e avenidas da capital, além de outras obras de infraestrutura, e faz parte do programa de financiamento à infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), assinado em novembro de 2019, na gestão de Iris Rezende.
O debate no plenário da Câmara foi aberto pela vereadora Sabrina Garcêz (PSD) que, da tribuna, repercutiu o caso. Ele disse que durante a tramitação do projeto com a Caixa, apontou naquele momento dificuldades que fizeram com que a prefeitura interrompesse, agora, o contrato de empréstimo. “A primeira coisa que eu apontei foi a venda casada da folha de pagamento para a Caixa, por um valor muito abaixo da expectativa, fazendo a prefeitura a tomar prejuízo”, frisou.
O segundo ponto levantado pela vereadora foi em relação à taxa de juros estipulada. “E hoje nós estamos vendo, com essa crise econômica, o terceiro aumento consecutivo da taxa Selic. O que faz o pagamento de juros ser inimaginável”, classificou. Sabrina relatou que esteve com o secretário de Finanças, Geraldo Lourenço, que expôs os motivos que levaram a prefeitura a romper com o contrato. “Eu entendi, realmente, essa nova marca do prefeito Rogério Cruz na administração de Goiânia”.
Segundo Sabrina Garcêz, Rogério Cruz tomou uma decisão que poderia ter sido criticada, em relação ao rompimento do contrato, mas hoje nós percebemos que essa medida arrojada e corajosa, ela se faz necessária, porque era um absurdo o que nós, goianienses, estaríamos pagando de juros para uma instituição financeira”, pontuou. “Quando a gente paga o nosso imposto, a gente quer que ele seja revertido em obras, em trabalho, em asfalto, em programa social, e não para pagar juros para banco, como estava acontecendo”, salientou.
“Portanto, eu suba a essa tribuna para parabenizar uma atitude corajosa e arrojada. Várias irregularidades foram apontadas naquele momento, mas não só irregularidades, como também a falta de eficiência”, apontou a vereadora, sustentando que isso endividaria o município. Ainda de acordo com ela, o secretário Geraldo Lourenço frisou que a determinação do prefeito Rogério Cruz era para que o contrato fosse interrompido, executando o que já estava pago, pois teria dinheiro para fazer isso até o final deste ano, e que fosse atrás de recursos advindos de emendas parlamentares e também juntos aos ministérios. “Que se busque outros tipos de investimentos, sem sobrecarregar o contribuinte. Essa é a cara da administração de Rogério Cruz, trabalho com eficiência, seriedade, maturidade, sem onerar os contribuintes, mas dando a eles o serviço público que a gente tanto espera”.
O vereador Clécio Alves (MDB), 1º vice-presidente da Câmara, disse concordar integralmente com as declarações de Sabrina Garcêz. Segundo ele, só com a venda da folha de pagamento da prefeitura, entrará mais recurso no Tesouro municipal do que a Caixa falta para financiar o recapeamento de ruas da capital. “O prefeito Rogério Cruz está administrando com responsabilidade, seriedade e otimizando recursos do município. Portanto, tem todo o meu apoio o rompimento do contrato”, salientou.
Por sua vez, Sargento Novandir (Republicanos) também pontuou que concordava com Sabrina Garcêz, por ter legitimidade e falar com propriedade sobre o assunto. “Na gestão passada, a vereadora fazia críticas sobre o que entendia não estar correto na administração, e hoje ela vem elogiar o prefeito Rogério Cruz porque, realmente, ele faz um trabalho de excelência, e, partido da senhora esse reconhecimento pelo prefeito, cada vez me sinto mais na obrigação de estar ao lado dele”.
Joãozinho Guimarães (Solidariedade) disse ter sido testemunha do empenho do prefeito que, em reunião com deputados federais, no Paço Municipal, pediu a destinação de recursos, via emenda parlamentar, para Goiânia. “Um deputado federal falou que há muitos anos não era convidado a ir ao Paço Municipal, para discutir emendas para Goiânia, que é o deputado Delegado Waldir (PSL)”, afirmou. “Brasília tem muito recurso federal, mas ninguém se importou em trazê-los para Goiânia, mas só fazendo empréstimo, sacrificando o povo da nossa cidade. Parabéns ao secretário e ao prefeito, que teve a coragem de tomar a decisão de romper esse contrato”.
Doloso ou culposo
Já Thialu Guiotti (Avante) questionou a assinatura do contrato com a Caixa, pela gestão passada. “O que me preocupa é saber que na gestão do MDB foi assinado um contrato horroroso como esse. A pergunta é, saber se foi um empréstimo doloso ou culposo, porque a partir do momento que se faz um empréstimo, que quem vai pagar é o contribuinte, com carga de juros e taxas altíssimas como essa, o que aconteceu na gestão passada?”, indagou, salientando que ações como a que foi tomada por Rogério Cruz, deveriam ter sido tomadas lá atrás”.
Marlon Teixeira (Cidadania) também se manifestou sobre o assunto, destacou o discurso da vereadora Sabrina Garcêz, no apoio ao rompimento do contrato com a Caixa, esclarecendo a quem tinha alguma dúvida sobre o assunto. “A vereadora, sempre com grandeza, fez a defesa e explicou muito bem sobre esse processo, e parabenizar o prefeito e o secretário Geraldo”, disse.