Aparecida reforça alerta sobre possibilidade de retomada do escalonamento do comércio
Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia reforçou na última sexta-feira, 23, o alerta sobre a possibilidade de retomada do escalonamento das atividades econômicas, caso a pandemia continue descontrolada no município. Os principais critérios a serem observados para uma retomada do modelo adotado pela prefeitura, são, dentre outros: taxa de ocupação de leitos de UTI acima de 70% por três dias consecutivos; média móvel de casos ativos subindo mais do que 15% e taxa de ocupação de leitos de UTI (Covid-19) acima de 80%. Decisão foi publicada no Diário Oficial Eletrônico (DOE) da cidade no dia 15 de julho, através da Portaria Nº 094/2021-GAB/SMS. Além de não frear o avanço da doença na cidade, o sistema de isolamento não contemplou a economia aparecidense.
“Se surgirem indícios de agravamento do cenário estamos prontos e organizados para retomarmos o escalonamento ou quaisquer outras iniciativas para proteger a população. Precisamos que todos se vacinem contra a Covid-19”, disse o secretário de Saúde de Aparecida, Alessandro Magalhães ao portal Folha Z. Para evitar o retorno das medidas mais duras, ele ressalta que a população precisa continuar usando máscara, lavar as mãos com água e sabão constantemente quando possível ou usar álcool em gel. “Além disso, precisamos que todos se vacinem contra a Covid-19. Hoje Aparecida está vacinando a faixa etária acima de 32 anos com a 1ª dose. Estamos tendo um bom avanço, mas para a pandemia ser controlada precisamos atingir 100% da população adulta vacinada. Então, se chegou a sua vez de tomar a primeira dose ou de completar o esquema vacinal com a segunda dose, não perca tempo e procure os postos de vacinação”, convocou.
Levantamento do Diário de Aparecida, baseado nos dados do Painel da Covid-19 do dia 20 de julho, último registro de vacinação, mostra que apenas 13,54% dos aparecidenses receberam as duas doses ou a dose única da vacina contra o novo coronavírus. Foram 79.915 vacinas aplicadas. Segundo o Painel da Covid-19 da cidade do último domingo, 25, Aparecida contava com 1.490 mortes em decorrência do vírus. Além disso, possuía 827 casos ativos, que estavam hospitalizados ou monitorados pela Telemedicina, oxímetros e exames. De 76.751 casos confirmados, 74.434 estavam recuperados. Até aquele momento, a taxa geral (pública e privada) de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) para o tratamento da doença era de 70%, sendo que 61% era da saúde municipal e 90% da privada.
O setor produtivo do município também teme o retorno do escalonamento regional do comércio, pois enquanto havia medidas de flexibilização em outras cidades do Estado, inclusive na circunvizinha Goiânia, em Aparecida, o comércio e as atividades não essenciais ficaram presas. Dividido em fases, o modelo, suspenso desde o dia 12 de julho, permitiu o funcionamento do comércio em macrozonas e dias alternados.
Autor da proposta de suspensão do escalonamento das atividades econômicas e membro do Comitê de Prevenção e Enfrentamento à Covid-19 de Aparecida de Goiânia, o presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (Acirlag) e vice-presidente da Federação das Associações Empreendedoras, Comerciais, Industriais, de Serviços, de Tecnologia, de Turismo e do Terceiro Setor do Estado de Goiás (Faciest-GO), Maione Padeiro, adverte para o cumprimento das medidas sanitárias.
“Aparecida de Goiânia suspendeu o escalonamento regional do comércio. Agora a responsabilidade é de todos nós, assim seguindo todos os protocolos sanitários: distanciamento social, máscara e uso de álcool em gel, orientando também os seus colaboradores e clientes a segui-los para assim não retornar a ver os nossos comércios fechando. É bom que a gente tenha consciência que o único caminho é a vacina. Assim que chegar a sua hora, tome a vacina, porque vacina boa é vacina no braço e todos nós vacinados teremos uma economia, emprego cada vez maior no município. Coloco a Acirlag à sua disposição!”, enaltece ao DA.
Maione enfatiza que o modelo adotado pela Prefeitura de Aparecida de Goiânia em fechar o comércio e as macrozonas serem divididas apenas por uma rua prejudicou os comerciantes. Segundo ele, os empresários estão seguindo os protocolos sanitários de combate à Covid-19. Paralelamente à defesa, o presidente da Acirlag salientou que não é o momento para relaxar quanto aos cuidados da pandemia.
Prejuízos
Maione comentou que os prejuízos econômicos dos comerciantes aparecidenses têm sido expostos com frequência, igualmente a falta de apoio por parte da prefeitura. Tarifas mensais e anuais, como contas de água, energia elétrica, telefone, IPTU e colaboradores, permanecem acumuladas se as portas estiverem fechadas. “A fiscalização precisa ser maior dimensionada aos comerciantes que insistem em desrespeitar os protocolos sanitários e favorecer aos que cumprem as regras mundiais de higiene. O vírus continua matando, é preciso investir mais na conscientização, tanto dos comerciantes como de toda população, ainda mais com a cepa indiana se aproximando”, enfatizou.
É crescente o número de salas comerciais fechadas em Aparecida por conta de os empresários não terem como pagar contas básicas, como aluguel e energia elétrica. Segundo Maione, muitos comerciantes retornam à informalidade e começam a vender laranja, balinhas, bombons em barracas e frutas e verduras nas ruas, por não conseguirem manter o empreendimento. Ele afirma que o poder público não arrecada sem atividade formal e que pequenos e grandes empresários estão sofrendo para manter os seus empreendimentos.