PC prende 15 motoristas envolvidos em desvio de cargas de soja e aço
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar), em conjunto com a Polícia Militar de Goiás e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), deflagrou na última quarta-feira, 11, a Operação Cavalo de Troia – Ultimato Final. Nesta etapa, foram cumpridas várias medidas cautelares constritivas em face de motoristas ligados a esquema delitivo de desvio de cargas de aço e soja.
Ao Diário de Aparecida, o delegado da Decar, Alexandre Bruno, disse que a força-tarefa apurou que os motoristas utilizavam uma conhecida plataforma digital de contratação de frete para atrair suas vítimas, todas empresários ligados ao ramo de transportes, vendas de aço e armazenagem de grãos, que buscavam apenas o menor preço.
“A investigação que deu nome à operação começou em junho de 2020, em decorrência do significativo aumento de registros de ocorrências de roubos de carregamentos de soja e aço utilizados na construção civil. Já nas primeiras diligências, os policiais constataram que 100% dos registros de roubos eram falsos e que se tratavam, na verdade, da modalidade criminosa de estelionato, com a participação direta do motorista transportador.
As vítimas, inertes no cuidado objetivo de pesquisar sobre a vida pregressa dos motoristas e visando o menor preço de transportes, entregavam suas cargas aos agentes delitivos, que, após realizarem o carregamento, desviavam os produtos, entregando-os a receptadores certos”, explicou Alexandre Bruno.
Segundo os investigadores, a narrativa padrão dos motoristas chamou a atenção dos policiais, que, observando o contexto das ocorrências, conseguiram verificar a existência do esquema criminoso, identificando assim todos os seus participantes.
Da operação
Até o momento, a Operação Cavalo de Troia – Ultimato Final realizou a prisão de 15 motoristas (dez temporárias e preventivas e cinco em flagrante), apreendeu cinco caminhões e recuperou várias cargas. Segundo o delegado, com mais de 30 ocorrências, apenas duas delas partiram ou tiveram como destino o Estado de Goiás. “O último motorista e seu comparsa foram presos em Goiânia, em vista de cumprimento de mandado de prisão preventiva, na última quarta-feira, 11. Novas medidas cautelares visando o encerramento do inquérito policial serão pleiteadas em juízo, especialmente por causa do aplicativo digital e dos receptadores. Os investigados respondem pelos crimes de estelionato, receptação qualificada e associação criminosa”, afirmou.
Ainda de acordo com a polícia, cinco dos investigados estão foragidos, e seguem sendo procurados. As imagens dos motoristas serão divulgadas pela Polícia Civil a fim de que seja feito o reconhecimento dos mesmos por vítimas de todo o País, em conformidade com a lei. Os prejuízos causados pelos motoristas às empresas vítimas ultrapassam a cifra de R$ 30 milhões.