Chapa Caiado-Daniel é evento histórico e tem “significado político muito forte”
Uma manobra política é tanto mais importante ou relevante quanto maior é a oposição ou contrariedade que desperta. Por esse viés, a visita do governador Ronaldo Caiado ao diretório estadual do MDB e o convite oficial ao partido para indicar um nome para a sua chapa da reeleição podem ser considerados como um primor de tática, primeiro pela surpresa do movimento, segundo pelo estabelecimento de um caminho seguro para a eleição do ano que vem e terceiro por jogar as cartas na mesa, deixando a quem não concorda o desafio de responder ou se calar para sempre. Só que eles, os insatisfeitos, pasmos, não sabem ainda como reagir.
Gol de placa, portanto. Com pouco mais de um ano de antecedência, Caiado praticamente definiu, do alto da sua inconteste autoridade moral, a composição do cerne da sua chapa: ele na cabeça e Daniel Vilela na vice, ao que tudo indica. Sobrou a senatoria, um problema menor. A nomeação do vice, dentro de uma base governista, é sempre motivo para encrenca ou crise. Se não fosse Daniel Vilela, qualquer outro teria o mesmo efeito sobre os descontentes de plantão, a começar pelo atual ocupante da vaga, Lincoln Tejota.
O governador parece ter muita consciência do momento e do trajeto que irá percorrer até a data das urnas em 2022. Ele esbanja força: tem boa aprovação, conserva a vantagem do perfil de honestidade e de intransigência anticorrupção, segura nas mãos um feixe de poder que é o mais significativo do Estado, seu partido, o DEM, é o de maior expressão nos municípios e, de fato, conseguiu passar uma borracha no passado representado pelo PSDB e suas tristes situações afins. Tudo isso forma um capital político imenso. Que, agora, é potencializado pela aliança com o MDB e com Daniel Vilela, que simboliza o legado que o partido deixou para Goiás com o seu pai, Maguito Vilela, e a referência que é Iris Rezende.
Daí que, com o MDB na sua chapa, Caiado escreve um roteiro para um futuro que pode ter repercussões em Goiás até pela próxima década e, repetindo mais uma vez, cria um eixo de gestão como nunca se viu antes, reunindo a sua experiência com a juventude de Daniel Vilela – que ainda precisa corresponder, mas provavelmente conseguirá, às expectativas em torno do seu desempenho como liderança do primeiro time, com exigências especiais em matéria de requisitos como a moderação, a conciliação, a inteligência e a capacidade de inovar. “Tomei essa decisão com muita tranquilidade. A aliança entre o DEM e o MDB tem um significado muito forte para o futuro de Goiás”, disse Caiado na visita ao diretório estadual emedebista. Palavras proféticas. (Por José Luiz Bittencourt / Blog do JLB)