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Dengue: Levantamento mostra registro de mais de 6 mil casos neste ano em Aparecida

Início das chuvas marca o aumento da proliferação do vetor da dengue e deve ser um sinal de alerta para a população

O início das chuvas marca o aumento da proliferação do vetor da dengue e deve ser um sinal de alerta para a população. Levantamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia aponta que o município registrou 6.051 casos da doença apenas neste ano. Apesar da grandeza, o número indica uma redução do número de casos em comparação com o último ano, pois falta menos de um mês para o fim de 2021 e o número representa 66% de todos os casos registrados em 2020. No ano passado ninguém morreu de dengue. Em 2021, até então, houve um óbito.

Desde 2018 as confirmações da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti têm diminuído no município. Os casos confirmados de dengue reduziram 47% em dois anos, em Aparecida. Em 2018, foram 17.131 confirmações. Em 2020, foram registrados 9.072 casos de dengue na cidade.

Apesar da redução de casos, a dengue mata e pode ser combatida com a colaboração da população com medidas simples. Uma das principais delas, é a aceitação da visita dos agentes de endemias do município. Aparecida conta com Cerca de 220 agentes para realização do serviço.

O grupo realiza visitas domiciliares educativas e para fiscalização de possíveis focos do mosquito, durante todo o ano, nos bairros da cidade. Além disso, faz orientação distribuição de cartazes e panfletos educativos, coleta de pneus e visitas a ferros-velhos, bem como realiza bloqueios para cortar a transmissão da doença.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o trabalho feito pelos agentes de endemias é perene e fundamental para a diminuição dos casos da doença no município. A pasta orienta a população a reforçar os cuidados preventivos no período chuvoso que já se iniciou.

A aposentada Divina Soares da Silva, de 72 anos, que teve dengue uma vez, moradora da Vila Brasília, em Aparecida de Goiânia, elogia o trabalho dos agentes de combate à doença e destaca o cumprimento da equipe nas medidas sanitárias da Covid-19. “Eu acho legal o trabalho deles, porque lugares aí que têm muita água parada e já está dando dengue. Eu acho que se tiver uniformizado tudo com crachá que deve deixar eles entrar, porque estão aqui tomando as medidas necessárias de prevenção à Covid-19, com máscara, usando álcool em gel e mantendo o distanciamento social na casa”.

Apesar desse esforço, há moradores da cidade que criticam a omissão da Prefeitura de Aparecida de Goiânia no combate à dengue. Para o engenheiro civil Manoel da Silva, de 55 anos, do Setor Santa Cecília, denuncia que a passagem dos agentes no setor dele está demorando. “Desde que começou o período chuvoso eles não vieram aqui ainda. E quando aciona, a prefeitura atrasa”, frisou ele que também chama atenção para a necessidade da população se atentar aos cuidados.

Ao pousarem nessas superfícies, as fêmeas ficam impregnadas com partículas de larvicidas e acabam levando o produto para outros criadores e, com isso, matam larvas e pupas, inclusive em criadouros que muitas vezes não poderiam ser localizados pela população e pelas equipes de vigilância.

Reforço

Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Pedro Fernando da Costa Vasconcelos reforça para as medidas de combate ao mosquito Aedes aegypti. “Parece redundante repetir a necessidade de que se tome cuidado, uma vez que todos os anos são apresentadas à população medidas simples de prevenção. Apesar disso, as pessoas continuam acumulando água em recipientes sem cobertura ou vedação, criando o cenário perfeito para que, entre uma e duas semanas, tenhamos a companhia de centenas ou milhares de novos mosquitos”, adverte.

O médico critica o poder público pela deficiência no fornecimento público de água e a ausência de estrutura apropriada de saneamento básico na maioria das cidades brasileiras. “Então, mesmo abençoado por Deus, o país permanece no eterno loop da epidemia. Com fornecimento de água regular a qualquer hora do dia, os índices de infestação do Aedes aegypti despencariam para menos da metade no verão. O motivo é simples: se a água sai da torneira, não é preciso armazená-la”.

Outros problemas que ele aponta são a coleta e o destino adequado do lixo, além da educação do brasileiro. “Outros dois problemas a encarar são a coleta e o destino adequado do lixo. Há algum tempo foi pactuado o extermínio dos lixões a céu aberto, que seriam substituídos por aterros sanitários. Passados mais de 20 anos, pouco foi feito. Finalmente, é importante salientar a necessidade da educação do brasileiro. De nada servirá exercer pressão sobre governos se não houver participação da população no combate aos focos do Aedes aegypti.”

 

Sintomas da covid-19 podem ser confundidos com os da dengue

Os sintomas da dengue podem ser confundidos com da Covid-19. Existe também o inverso. Enquanto os médicos esperam os resultados de testes para confirmar se é do novo coronavírus, esta outra condição pode agravar perigosamente. E isso pode ser mais frequente em crianças a adolescentes.

À colunista do UOL Lúcia Helena, o médico infectologista André Cotia, do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo, explicou essa razão. “Embora seja uma arbovirose, isto é, uma infeccção passada por insetos, causada por um flavivirus que aparenta ser bem diferente de um coronavírus, no final das contas dengue e Covid-19 acabam se manifestando de maneiras bem similares”, diz ele. “Ambas provocam dores de cabeça, deixam os músculos doloridos também, levam à prostração e desencadeiam diarreias”, diz ele.

Isso, aliás, poderia valer para qualquer idade. O grande diferencial para se desconfiar de uma Covid-19 seriam os sintomas respiratórios. Os mais comuns, no caso, seriam coriza, dor de garganta, tosse e falta de ar. “A criança manifestar sintomas mais expressivos da infecção pelo coronavírus é algo realmente muito mais raro em comparação com adultos”, diz André Cotia. “Só que, quando isso acontece, mais de 30% dos meninos e das meninas chegam nos serviços de saúde e nem sequer têm tosse.”

De acordo com a coluna, no lugar disso, segundo o médico, eles sentem uma dor abdominal forte, ficam com o estômago embrulhado e com o intestino solto, além de poderem apresentar febre. Daí se há um surto de dengue na região, o pediatra às vezes desconfia de que deva ser isso. Até mesmo começa a pensar em outras doenças intestinais ou, ainda, em infecções urinárias que também podem causar bastante dor na região abdominal. (E.M.)

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