Homens também devem ficar atentos para o câncer nos testículos
O oncologista Ramon de Mello explica os sintomas da doença
O Novembro Azul traz campanha de alerta para o câncer de próstata, mas os homens também devem ficar atentos para um outro tipo de tumor, o câncer de testículos. “Ele tem baixo índice de mortalidade e pode até mesmo ser percebido por meio do autoexame”, explica o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp, da Uninove e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal).
Dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer) mostram que esse câncer tem maior incidência em homens na idade reprodutiva, entre 15 e 50 anos de idade. “Esse tumor se manifesta como um nódulo duro do tamanho de uma ervilha e, na maioria dos casos, é indolor. O paciente pode apresentar aumento ou diminuição do tamanho dos testículos e seu endurecimento. Outros sintomas relatados são dor abdominal, sangue na urina e aumento ou sensibilidade dos mamilos”, explica o pesquisador da Unifesp.
Entre os fatores de risco para o câncer nos testículos, encontramos pacientes com histórico familiar do tumor e aqueles que sofreram lesões ou traumas na bolsa escrotal. “O risco também é maior para os homens com criptorquidia, que é a não descida de um ou dos dois testículos para a bolsa escrotal”, esclarece Ramon de Mello.
O médico oncologista alerta para o diagnóstico precoce da doença como forma de alcançar resultados positivos. “Na fase inicial, são grandes as chances de cura. Na fase aguda, a doença provoca dor nas costas, falta de ar, dor torácica, tosse e o paciente pode até mesmo expectorar sangue. Esse tumor em sua fase metastática tem potencial para alcançar o fígado e o cérebro, onde provoca dores de cabeça e confusão”, alerta o especialista.
Sobre Ramon Andrade de Mello
Oncologista clínico e professor adjunto de Oncologia Clínica da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ramon Andrade de Mello tem pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra) e doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal).
O médico tem título de especialista em Oncologia Clínica, Ministério da Saúde de Portugal e Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO). Além disso, Ramon tem título de Fellow of the American College of Physician (EUA) e é Coordenador Nacional de Oncologia Clínica da Sociedade Brasileira de Cancerologia, membro da Royal Society of Medicine, London, UK, do Comitê Educacional de Tumores Gastrointestinal (ESMO GI Faculty) da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (European Society for Medical Oncology – ESMO), Membro do Conselho Consultivo (Advisory Board Member) da Escola Europeia de Oncologia (European School of Oncology – ESO) e ex-membro do Comitê Educacional de Tumores do Gastrointestinal Alto (mandato 2016-2019) da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical Oncology – ASCO).