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PSD rejeita Mendanha por conta da “traição” na eleição municipal

Ex-deputado federal Vilmar Rocha, presidente estadual do partido, rejeita conversar com o prefeito de Aparecida sobre a sucessão estadual do ano que vem

Helton Lenine

O PSD não vai se sentar à mesa com o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha (sem partido) para tratar das eleições de 2022. O motivo? É que o partido não assimilou o gesto de Mendanha ao trocar o vice Veter Martins para retaliar o PSD por lançar o senador Vanderlan Cardoso na disputa direta com o MDB de Maguito Vilela à prefeitura de Goiânia nas eleições de 2020. Gente graúda do PSD considerou a exclusão de Veter Martins como uma traição de Gustavo Mendanha ao partido, o que levou os dirigentes do partido a não discutir um eventual apoio à candidatura do ex-emedebista ao Palácio das Esmeraldas.

“Foi um desconforto”, afirma Vilmar Rocha, ao lembrar que foi convidado por Gustavo Mendanha a gravar um vídeo, às vésperas das convenções conjuntas do MDB e PSD em apoio à sua chapa, que tinha Veter Martins como vice. Na última hora, para se vingar de Vanderlan Cardoso e do PSD, Mendanha trocou Veter Martins por Vilmar Mariano (MDB). “A pedido do Tatá [Teixeira, secretário municipal de Articulação Política], eu gravei um vídeo apoiando a coligação no dia da convenção. E, repentinamente, fiquei sabendo, pela imprensa, pelo rádio peão, que o prefeito havia rompido a coligação”, apontou Vilmar.

Ao empossar os vereadores Camila Rosa e Hans Miller na presidência e vice-presidência do PSD de Aparecida, no início deste mês, em solenidade realizada na Câmara Municipal, o presidente Vilmar Rocha evitou conversar com o prefeito Gustavo Mendanha, que apareceu antes do início da reunião, Vilmar cumprimentou rapidamente Mendanha, sem trocar u8ma palavra. Segundo Vilmar Rocha, não houve sequer um telefonema ou um aviso a respeito da mudança na composição da chapa majoritária, em 2020: “Houve esse desconforto político e isso não foi legal”.

Para o presidente do PSD, a questão é “passado”, mas não será simplesmente esquecida. “Você vira a página, mas não queima a página”, completou o dirigente. Pessoas influentes no PSD avaliam que Gustavo Mendanha, sem apoio do MDB, é “presa fácil” para os “animais selvagens”, ou seja, não tem densidade eleitoral e capilaridade política para se tornar candidato competitivo ao Palácio das Esmeraldas e será devorado durante o processo de articulações que antecede o pleito.

Foco é emplacar Meirelles na vaga para o Senado na chapa de Caiado

O PSD goiano, que tem um deputado federal e dois estaduais, além de nove prefeitos, não prioriza conversas com os partidos de oposição – PSDB, Patriota, PL e PTC, por exemplo – para tratar de alianças sobre as eleições do ano que vem. O partido tem Vilmar Rocha, Vanderlan Cardoso, Henrique Meirelles e Francisco Jr como principais expoentes e por ora só dialoga com o DEM de Ronaldo Caiado para emplacar Meirelles na vaga de senador na chapa majoritária governista. Ele vai deixar em dezembro a secretaria da Fazenda do governo João Doria, em São Paulo, e tem manifestado preferência por uma aliança do PSD com o DEM, em apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado.

O goiano de Anápolis elogia a decisão do MDB de indicar Daniel Vilela como candidato a vice-governador na chapa de Caiado. Meirelles, em entrevistas, deixa claro seu apoio à reeleição de Caiado: “Somos amigos há muito tempo. Ele sempre me incentivou a entrar na política, o que aconteceu em 2002. Caiado faz um bom governo e merece novo mandato para concluir o seu plano administrativo”. A expectativa do PSD é a de conquistar a filiação do presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira, reforçando a chapa para a Câmara Federal em 2022. “Lissauer Vieira foi eleito deputado estadual pelo PSD, é um dos melhores presidentes da história da Assembleia. Esperamos contar com ele no nosso partido, em breve”, diz o presidente Vilmar Rocha.

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