Dia do reciclador e da reciclagem do lixo: evolução e desafios para a transformação do plástico
Na celebração do Dia do Reciclador e da Reciclagem (22 de novembro), é preciso ressaltar a contínua evolução da reciclagem no Brasil, graças aos diversos agentes que fazem deste processo uma oportunidade de geração de renda e formação de novos negócios. Entre tantos tipos de resíduos retornados à cadeia produtiva por meio da reciclagem, o plástico é um dos mais importantes e mais procurados, dando origem a novos produtos.
A partir da ideia de que um produto desenvolvido para durar centenas de anos não pode ser descartado após apenas alguns minutos de uso, nasceu a recicladora Wise. Sediada em Itatiba (SP), a empresa foi criada para buscar novas soluções para o plástico. Hoje, recicla mais de 30 mil toneladas do material por ano.
Uma das saídas foi a criação de dormentes poliméricos para ferrovias, que são peças colocadas nas vias férreas para compor e reforçar o trilho, geralmente fabricadas em madeira ou concreto.
Segundo Bruno Igel, diretor da Wise, o produto fabricado em plástico reciclado tem um custo-benefício competitivo em relação às alternativas disponíveis. “Estamos crescendo em termos de volume de reciclagem no país e precisamos pensar cada vez mais em soluções alternativas para destinar esses resíduos”, afirma.
Ele lembra que nos últimos anos houve uma mudança importante no perfil do reciclador brasileiro, antes muito mais local e atuante em periferias. Hoje, há a entrada de grandes players neste setor, o que é muito bom para a evolução do mercado, principalmente em relação ao desenvolvimento de tecnologia.
“Nós temos três grandes desafios, que passam pela necessidade de avanço da tecnologia, pela logística com boas iniciativas para aumentar a circularidade do plástico, e pelo arcabouço legal que, resumidamente, diz respeito à ausência de regulamentação e ao incentivo para o investimento”, explica Igel.
Para a Mariana Cardoso, integrante do grupo de trabalho do PICPlast, o foco dessa indústria nos próximos anos deve ser o estímulo em relação à inovação e a qualificação profissional. “Por meio de uma série de programas direcionados aos interesses do setor, nossa iniciativa contribui para a competitividade e a produtividade da transformação de plástico no país, promove investimentos para estimular as exportações de produtos transformados, além de direcionar esforços para a promoção das vantagens do plástico, corroborando também com a cadeia da reciclagem” finaliza.