Prefeito turista em Aparecida
Terça-feira, 30 de novembro, em pleno horário de expediente, o prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha não estava em seu gabinete. Nem em qualquer ponto do município onde poderia constatar o sofrimento da população com as chuvas das últimas semanas, que provocam alagamentos, erosões, estragos nas ruas e avenidas e deixam as famílias aparecidenses aflitas com a falta de socorro e atenção da prefeitura.
Como tem feito com frequência nos últimos meses, Mendanha estava fazendo turismo em outras cidades. Ele foi para Anápolis para participar de um evento inexpressivo de uma entidade chamada Fetaer – Federação dos Trabalhadores Rurais Empregados Rurais Assalariados de Goiás, que nada tem a ver com Aparecida e funciona em uma casa em Anápolis e sequer postou em seu site o encontro com Mendanha, sobre o qual não se sabe da finalidade e objetivo nem o que representa para os moradores do município administrado pelo prefeito ausente. E de Anápolis foi para Brasília, para conversar com políticos sobre a sua pré-candidatura…
Pior é que, na semana passada, o sr. prefeito, entrevistado por O Popular, foi perguntado sobre as suas viagens para articular politicamente e respondeu com as seguintes palavras: “Tenho visitado todo o Estado, nos finais de semana e à noite para cidades mais próximas, para me tornar mais conhecido e ouvir as pessoas. Já foram mais de cem e vamos continuar”.
Foi exatamente o que disse, ipsis litteris, com a má construção verbal e tudo. Ou seja: mentiu. Mendanha, como fez ontem deslocando-se para Anápolis e para Brasília em horário em que deveria estar trabalhando em Aparecida, tem se ausentado em dias de semana, dias úteis, enfim, furtando-se ao seu dever com o eleitorado que o escolheu para administrar o município.
Uma prova contundente está no print do post que ilustra esse editorial, publicado na manhã desta terça, 30. Embora tenha prazo até abril do ano que vem para renunciar ao mandato, caso mostre mesmo coragem de se aventurar nas eleições do ano que vem, na prática Mendanha já o fez, atirando para o alto as suas obrigações e responsabilidades com o cargo de funcionário número do município de Aparecida.
Outrora, o prefeito municipal foi considerado uma figura popular e aprovada por todas as classes sociais do 2º maior centro urbano do Estado, mas isso é passado. O julgamento do povo hoje é outro e está enraizado nas omissões e desmandos que deixaram nossas crianças sem escolas, nossos bairros sem asfalto e nossas famílias vulneráveis sem apoio.