Polícia conclui Identificação dos oito mortos em operação, em Uruaçu
“Eram assaltantes experientes de São Paulo. E de alta periculosidade”, disse o coronel Marcelo Granja, comandante da PM de Goiás
Suely Carvalho
As autoridades de Goiás já identificaram sete dos oito mortos pela Polícia Militar de Goiás (PC-GO) em uma ação desencadeada na madrugada de quarta-feira, 8, contra suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em assaltos a banco. De acordo com Levantamento feito pelo site UOL , ao menos três deles já foram condenados por crimes cometidos em São Paulo, como assalto a mão armada, extorsão, organização criminosa e receptação.
O grupo, que estava em uma chácara alugada em Araçu (GO), a 65 km de Goiânia, planejava executar um mega-assalto aos moldes do “novo cangaço” na cidade de Nova Crixás (GO), onde tiveram seus planos Interrompidos, após uma denúncia de que portavam forte armamento dentro da propriedade alugada. A polícia foi conferir, mas foram recebidos a bala pelos suspeitos. Revidaram e os oito assaltantes morreram. Nenhum dos agentes se feriu na ação.
Após ter acesso a um áudio gravado pelo WhatsApp, pela quadrilha, recrutando comparsas de São Paulo para se juntar ao grupo em Goiás, a PM passou a monitorá-los.” Vamos buscar o time completo”, dizia um dos suspeitos na conversa. Em outras mensagens de áudio extraídas dos celulares, desta vez, após a operação e anexadas à investigação conduzida pela PC confirmam o plano da quadrilha. “Parceiro! Nós tá [sic] com a faca, o queijo (…) e o doce na mão”, disse um deles.
Em outro recado, demonstrou a disposição do grupo, inclusive, para entrar em confronto com as forças de segurança, caso necessário. “Correndo o risco de morrer… Vamos morrer tentando contar, tio”, falou outro suspeito.
“Nós sabíamos que eram indivíduos bem armados que já tinham planejado um roubo aos moldes do ‘novo cangaço’. Eles eram assaltantes experientes de São Paulo. E de alta periculosidade”, descreveu o coronel Marcelo Granja, comandante da PM de Goiás e responsável pela operação.
A maioria deles, segundo a PM, eram de Campinas (SP), reduto de criminosos especializados em assaltos a instituições financeiras. A reportagem do DA não localizou os advogados dos suspeitos mortos. A dinâmica do caso é semelhante à ação da Polícia Militar de Minas Gerais, também em um sítio na área rural de Varginha (MG), que deixou 26 suspeitos mortos na madrugada de 31 de outubro de 2021.
Veja lista com nomes dos mortos e o crimes cometidos por cada um
Jefferson da Silva Diniz – Foi preso em flagrante acusado de envolvimento em roubo e extorsão em setembro de 2011 em Campinas (SP) pouco depois de completar a maioridade. Condenado a 3 anos e 6 meses de prisão por roubo e extorsão, deixou o Centro de Progressão Penitenciária de Jardinópolis em outubro de 2014, segundo a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária). Tinha 28 anos.
Thiago Moraes de Oliveira – Foi condenado por receptação qualificada e associação criminosa com outros três comparsas após ter sido preso em flagrante em abril de 2018, em Campinas (SP). Em abril de 2020, deixou o Centro de Progressão Penitenciário I de Bauru (SP) para cumprir pena em albergue domiciliar tinha 28 anos.
Vitor Roberto da Rocha Pires – Preso em flagrante por assalto a mão armada em 2017. Em junho de 2019, deixou o Centro de Progressão Penitenciário de Hortolândia para cumprir pena em regime aberto. Tinha 24 anos.
Walaf Ilson do Carmo Leite – Já foi investigado por suposta participação em caso de sequestro e cárcere privado em Campinas (SP). Tinha 22 anos.
Henrique Ribeiro, Yago Palomino Pinheiro e Allen Johnnes de Góis – não possuem passagens anteriores pela polícia. Também não há dados sobre eles no sistema prisional de São Paulo.