Aparecida

Mato alto em terrenos baldios no Parque Trindade e São Jorge preocupa moradores

Locais sujos podem atrair bichos, criminosos, virar criadouro do mosquito Aedes Aegypti e acarretar doenças

Eduardo Marques

Moradores do Parque Trindade I, II e III, além do São Jorge, bairros localizados na região leste de Aparecida de Goiânia, reclamam do mato alto em vários lotes baldios espalhados pelos setores. Em alguns casos, o capim chega a atingir aproximadamente dois metros de altura e invadem as ruas. Segundo eles, as áreas não são roçadas pelo poder público municipal constantemente e viram depósitos de lixo, que atraem insetos, além de servir como esconderijo de bandidos. O Diário de Aparecida visitou os bairros e ouviu as reclamações da população.

“Está insuportável esse mato aqui. Todo mundo reclama por causa da segurança, do lixo e da falta de higiene. Rato, barata, aranha, mau cheiro. Tudo isso tem aqui, além de criadouro de mosquito da dengue”, lamenta a dona de casa Rosemeira Pires Gonçalves, de 45 anos, moradora do Parque São Jorge. Algumas pessoas dizem que já foram assaltadas e que os bandidos fogem se escondendo no matagal. “A gente sai para trabalhar e fica preocupada, não sabe se vai chegar e encontrar alguma coisa na casa da gente. É muito mato, muito perigoso. Queremos pedir que o poder público municipal olhe por nós”, afirma a diarista Teresinha Soares, de 35 anos.

A vendedora Maria Lúcia Alves de Oliveira, de 40 anos, mora em frente a um lote baldio coberto de mato alto, no Parque Trindade III. Ela disse que já teve a casa assaltada duas vezes e que se sente ameaçada por causa da quantidade de mato que tem na rua. “Tem muito mato, é muito perigoso. Não pode andar aqui a luz do dia que eles estão roubando celular, roubando tudo. Esses dias atrás me roubaram. Invadiram a casa e quando cheguei tinham roubado a TV e o celular. Uns dias atrás roubaram meu carro, quatro pessoas armadas. Até colchão levaram”, conta a vendedora.

Uma leitora do DA, que preferiu não se identificar, disse que a residência dela é cercada por terrenos com mato alto. Em um deles, o matagal já ultrapassou o muro da casa. Com isso, a família tem que conviver com bichos peçonhentos e com o medo do terreno servir de esconderijo para criminosos. A moradora, que tem uma filha de 3 anos, disse que um escorpião já foi encontrado na garagem. Além disso, segundo ela, há a invasão de ratos, baratas e aranhas nas residências. A preocupação também é grande quanto à segurança. “Quando chegamos à noite, temos medo de ter alguém escondido no meio do mato”, desabafa.

Francisco Chaga da Cunha, de 67 anos, disse que tem esperanças de que as coisas mudem no próximo ano. O motivo do otimismo são as eleições. “Todo ano de eleição as coisas mudam da água pro vinho. O mato fica roçadinho, os políticos aparecem para virem abraçar a gente, conversar e enganar todo mundo de novo. A história é sempre a mesma”, disse ele.

O mato alto interfere na rotina de uma moradora que preferiu não se identificar há pelo menos seis anos. Com residência em uma casa que faz divisa com um terreno baldio, no Parque Trindade II, ela relatou à reportagem que tem enfrentado problemas com infestações de ratos. “Constantemente eu preciso utilizar veneno em casa para controlar a praga. Também tenho medo que possam se criar ou ter cobras ali, porque é bastante mato e ele fica alto”, confidenciou. Ela ressaltou que conhece o dono do imóvel e que constantemente os vizinhos fazem ligações para ele solicitando a limpeza do local. “Quando os vizinhos ligam, ele vai ali e resolve o problema.”

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