Aparecida

Prefeitura cede pressão de empresários e reúne com a Triunfo para buscar solução na BR-153

Problema causado sobre a ponte do córrego Santo Antônio começou no início de dezembro e se arrasta até hoje

Eduardo Marques

Empresários aparecidenses se reuniram na última terça-feira, 18, com gestores da Triunfo Concebra, concessionária que administra a BR-153 em Goiás, para discutir o andamento das obras de recuperação e programação da liberação do trecho da ponte sobre o córrego Santo Antônio, na altura do km 508, em Aparecida de Goiânia. Depois que o Diário de Aparecida publicou uma reportagem na quinta-feira, 20, sobre o encontro, a prefeitura do município convidou a administração da empresa na sexta-feira, 21, e decidiu estabelecer parceria para buscar uma solução para o problema de trafegabilidade na rodovia.

Ficou decidido na reunião que a prefeitura e a concessionária vão atuar juntas na pavimentação e sinalização do desvio que passará pela Vila Maria e Anel Viário. Neste trecho, que será liberado apenas para veículos leves e médios, sai da BR-153 no sentido São Paulo, passando pela Avenida Odorico Nery e pelo Eixo Norte Sul 3, entrando no Anel Viário onde o condutor retorna então para a rodovia.

A proposta busca atenuar os transtornos gerados pela interrupção do tráfego no km 508, na baixada do Country Clube. No local, a Triunfo Concebra construirá uma ponte para solucionar a erosão que absorveu parte da pista sobre o Córrego Santo Antônio em dezembro do ano passado. A ponte substituirá o bueiro celular que ficou comprometido pelas últimas chuvas e provocou a atual interdição da pista sentido São Paulo. A concessionária vai organizar a sinalização do desvio.

De acordo com a concessionária, a obra deve ser concluída em 60 dias. “Queremos manter na rodovia somente os veículos pesados, que fazem trajetos de longa distância, melhorando, assim, o tráfego tanto para quem estará na rodovia como para usuários locais da BR-153”, explicou o diretor de operações da Triunfo Concebra, Eric Almeida.

O gargalo começou no dia 6 de dezembro de 2021 quando uma cratera foi aberta e interditou a BR-153 na altura do km 508. Na véspera de Natal, um acidente no trecho ocasionou a morte de seis pessoas e deixou dezenas de feridos. Na última terça-feira, 18, um outro acidente no mesmo local envolvendo cinco veículos deixou uma pessoa ferida e causou interdição da rodovia, no sentido de Aparecida de Goiânia para a Capital, por mais de duas horas – segundo a concessionária responsável pela via, Triunfo Concebra.

O presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (Acirlag), Maione Padeiro, durante a reunião com os gestores da concessionária na terça-feira, 18, destacou que o município de Aparecida de Goiânia está sendo prejudicado por conta da falta de reparo na via. “Aparecida de Goiânia está sendo muito prejudicada por conta desse trecho. A nossa preocupação é que está influenciando muito o setor econômico da região”. Com toda união, entre o setor público e privado, vamos agir e dar uma resposta para a sociedade. É um problema antigo e queremos resolver essa demanda”, afirmou Padeiro.

Rotas alternativas

Enquanto a obra definitiva não fica pronta, a cidade de Aparecida de Goiânia dispõe de alternativas que facilitam a trafegabilidade dos motoristas. O Eixo Viário Norte-Sul 01 – Avenida Jataí – possui 13,5 km de extensão com pista dupla, ciclovia e ciclofaixa, interligando todos os bairros e conectando a região Leste ao Centro de Aparecida. O eixo é uma rota alternativa à rodovia federal, saindo do Jardim Bela Vista no limite com a capital até o setor Retiro do Bosque, chegando à região Central. A via percorre e interliga bairros como Santa Luzia, Jardim dos Buritis, Chácara São Pedro, Conjunto Mabel, e os polos industriais Daiag, Dimag e Parque Industrial José de Alencar.

Já o Eixo Norte-Sul 03 interliga a Avenida Independência, na região Central, passando pelo Polo Empresarial Goiás, Vila Maria, Parque Santa Cecília e Vila Alzira, chegando então à Avenida São Paulo, na Vila Brasília, divisa com a capital. O eixo tem 8km de extensão e também é uma alternativa ao tráfego da BR-153 Os Eixos Viários Norte-Sul 01 e 03 é composto por vias duplicadas, de fácil acesso, que interligam macrorregiões e que podem servir de opção para quem precisa passar por Aparecida e evitar o trecho parcialmente interditado da rodovia.

Falta de iluminação põe em risco quem passa pela rodovia no perímetro urbano do município

Não bastasse o problema enfrentado pela população com a cratera sobre a ponte do córrego Santo Antônio, a BR-153 sofre ainda com a falta de manutenção na iluminação pública do perímetro urbano da BR-153, em Aparecida de Goiânia. Inclusive, a Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO) apontou que a possível causa sobre o acidente com um ônibus de viagem, que acabou com a vida de seis pessoas e deixou outras dezenas de feridos às vésperas do Natal do ano passado, na altura do Km 508, pode estar ligada ao problema.

No dia 5 de janeiro, o DA publicou uma reportagem mostrando o problema. De lá para cá, a Prefeitura de Aparecida ainda não tomou nenhuma providência para ajudar quem percorre pela rodovia. Em março de 2021, Pedro Salles, presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transporte (Goinfra), notificou o município, dando 90 dias de prazo para que ele assumisse plenamente o serviço.

Quem transita pela rodovia durante a noite encontra quase tudo às escuras. A estrada é iluminada pelos faróis dos carros que clareiam a via. É preciso muita atenção, sem falar no risco de ser assaltado. “A iluminação em geral já é precária, o tráfego é intenso e as árvores deixam o lugar mais escuro. Agora, se os postes não são acesos a situação fica ainda mais complicada”, observa o condutor Márcio Pinheiro, de 33 anos.

De acordo com pessoas que transitam pela rodovia, a maioria dos postes em quase toda a extensão da via está sem funcionar. Com o serviço de iluminação precário, o tráfego de veículos que é intenso na região também fica confuso. Os pedestres explicam que é difícil atravessar nas passarelas de um lado para o outro, já que a segurança no local também é precária. “É muito escuro por aqui. Depois das 19 horas quase ninguém gosta de arriscar a vida para atravessar a BR-153. Esses dias mesmo eu fui assaltada por um cara lá em cima. Se estivesse iluminada, eu teria visto ele antes de subir”, disse um funcionário de uma fábrica às margens da rodovia, que não quis se identificar. (E.M.)

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