Aliança entre Caiado e Bolsonaro ainda pode acontecer: eleitorado é o mesmo
Governador e presidente têm apoios nos mesmos segmentos do eleitorado, que rejeitam Lula, o que facilitaria uma reaproximação política
Helton Lenine
Pesquisas internas contratadas pelos partidos mostram que há afinidade entre os eleitores do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e do presidente Jair Bolsonaro (PL), o que facilitaria uma aliança entre os dois para as eleições de 2 de outubro em Goiás.
Ambos são candidatos novamente ao Executivo estadual e federal, respectivamente.
O adversário comum tanto de Caiado quanto de Bolsonaro está na esquerda, representada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nome rejeitado pelo segmento conservador e liberal do Estado, principalmente o agronegócio.
“A união eleitoral do governador e do presidente é a da fome com a vontade de comer”, diz um aliado de Caiado.
Apesar do afastamento que tem se consolidado nos últimos dois anos, integrantes do União Brasil em Goiás enxergam a possibilidade de que a reeleição do governador se dê em um contexto de aliança com Jair Bolsonaro (PL), até mesmo implícita.
Caiadistas projetam que a reaproximação é possível se a chamada 3ª via seguir sem encontrar nome competitivo e a polarização do presidente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se intensificar.
A avaliação é a de que, neste cenário, o governador e seu partido podem ficar sem opção.
Em evento com o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, na segunda-feira, 7, em Goiânia, Caiado afirmou que é “uma pessoa partidária” e “não tem decisão de ordem pessoal” sobre a disputa presidencial.
O presidente de seu partido, Luciano Bivar, é defensor da busca por alternativa a Lula e Bolsonaro, mas outras lideranças defendem que os diretórios estaduais sejam liberados para decidir em quais palanques ficarão.
A reaproximação entre Caiado e Bolsonaro poderá se refletir na formatação de chapas para o governo de Goiás, com um eventual recuo do Major Vitor Hugo, bolsonarista raiz, o que contribuiria com a vitória do governador já no 1º turno, uma vez que a sucessão estadual estaria limitada apenas a chefe do Executivo, Gustavo Mendanha e ao petista Wolmir Amado.
Até às convenções partidárias – de 20 de julho a 5 de agosto – quando serão confirmadas as candidaturas a governador, vice, senador, deputado federal e estadual, as conversações terão prosseguimentos, principalmente se se não se vingar a chamada terceira via, com a disputa presidencial ficando limitada apenas a Bolsonaro e Lula.
