Política

Mendanha enfrenta dificuldades para montar agenda para a pré-candidatura

Patriota é partido nanico, sem quadros, sem prefeitos e sem diretórios no interior, o que dificulta a montagem de um roteiro de visitas aos municípios

Foto: Reprodução Redes Sociais


Depois que renunciou à prefeitura de Aparecida e abriu mão de 2 anos e 9 meses de mandato, tudo isso para se aventurar como candidato a governador, Gustavo Mendanha passou a enfrentar um desafio comum para quem desfruta de longas temporadas no poder e de repente se vê sem o que fazer.

Mendanha está sem agenda. Não tem aonde ir e pouca gente aparece ou se interessa em conversar com ele. Inicialmente, ao deixar o cargo de prefeito, pensou em usar o escritório político do ex-governador e deputado federal Alcides Rodrigues em Goiânia, o que se mostrou inviável: as salas são alugadas por Cidinho com recursos da verba indenizatória da Câmara Federal, que são públicas.

Assim, usar dependências custeadas pelo governo federal com objetivos eleitorais poderia configurar alguma infração capaz de atingir o futuro registro da candidatura de Mendanha, que foi obrigado a desistir da ideia. Improvisadamente, o ex-prefeito avisou que despacharia nas instalações modestas e apertadas da Kanal Vídeo, onde funciona a produtora do empresário e marqueteiro Jorcelino Braga – presidente estadual do Patriota.

Mas, por enquanto, o expediente de Mendanha na Kanal Vídeo ainda não deslanchou. E as viagens aos municípios também não foram retomadas. No dia 31 de março, data em que renunciou ao mandato, até hoje, houve um deslocamento para Rio Verde para uma visita à feira do agronegócio TecnoShow, acompanhado pelo prefeito de Aparecida Vilmar Mariano e por vereadores aparecidenses.

O mesmo grupo acompanhou Mendanha durante o feriado à Cidade de Goiás, Faina, Araguapaz e Aruanã – novamente sem nenhum prefeito ou liderança de importância, a não ser Vilmarzim. Não é fácil para um candidato de um partido pequeno como o Patriota estruturar uma agenda de compromissos pelo Estado afora.

Sendo nanica, a legenda praticamente não tem diretórios e conta com apenas 3 prefeituras. Não há lideranças nos municípios para receber o pré-candidato. Antes, Mendanha aproveitava a proximidade com o PSDB para visitar prefeitos do partido (22 até o fim do ano passado, porém, atualmente, menos de 14). Só que o veto do presidente Jorcelino Braga a qualquer contato com o ex-governador Marconi Perillo cortou esse veículo.

Outro problema é que, dentre os raros políticos filiados ao Patriota, grande parte preferiu anunciar apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado. Foi o caso, por exemplo, do ex-

prefeito de Trindade Jânio Darrot e do seu sucessor Marden Jr. ou do deputado estadual Amaury Ribeiro, tendo este último se desfiliado do Patriota para assinar a ficha do União Brasil. Caso tivessem permanecido no partido de Mendanha, estariam agora dando consistência para a sua pré-campanha.

Para melhorar o seu posicionamento, o ex-prefeito depende de fatores que não estão sob o seu controle. O principal é a disponibilização de partidos de expressão para integrar a sua

coligação, por enquanto limitada ao Patriota e aos nanicos DC, Agir (ex-PTC) e PMN. Essas 3 últimas são consideradas como “siglas de aluguel”, ou seja, podem permanecer ou não com

Mendanha – já que tradicionalmente costumam negociar o seu apoio para candidatos que garantem mais vantagens para os seus presidentes e por isso não são confiáveis, podendo mudar de posição até o último minuto.

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