Rejeitado, Mendanha se arrasta atrás de Jair Bolsonaro para conseguir votos
Ex-prefeito se declara eleitor e apoiador do presidente em busca de vantagens eleitorais
Da Redação
O candidato a governador pelo Patriota Gustavo Mendanha acredita piamente que a ligação do seu nome ao presidente Jair Bolsonaro pode render votos na eleição que se aproxima. Mendanha tentou, de todas as formas, se transformar no candidato de Bolsonaro em Goiás.
Ele arrastou o traseiro atrás do presidente, foi inúmeras vezes a Brasília na esperança de ser recebido e garantir uma foto para as redes sociais, mas foi humilhado com longas esperas no Palácio do Planalto, ao fim das quais era comunicado de que o Chefe da Nação não o receberia.
Depois, levado pela deputada federal Magda Mofatto, se desesperou para se filiar ao PL, partido que Bolsonaro escolheu para a sua candidatura à reeleição. Não deu certo.
Depois de uma audiência coletiva, em que Mendanha só conseguiu uma imagem em meio a mais de 20 pessoas em volta do presidente, a definição foi cruel: Bolsonaro optou pela candidatura a governador do deputado federal Major Vitor Hugo, que não só foi admitido no PL, como também ganhou a presidência estadual do partido e poderes para definir o seu rumo em Goiás.
Rejeitado pelo bolsonarismo – que o atacou nas redes sociais como “político vazio” e “oportunista” que buscou se identificar com o presidente para ganhar votos –, Mendanha mesmo assim não desistiu.
O ex-prefeito de Aparecida deu declarações jurando que o seu voto para presidente irá para Bolsonaro, “pela defesa que ele faz da família e da pátria”, justificou.
Mas nem sempre foi assim. Major Vitor Hugo conta que, no início do mandato de Bolsonaro, levou 30 prefeitos goianos, entre eles Mendanha, para uma audiência com o presidente, em Brasília. O objetivo era estreitar relações e viabilizar recursos para os municípios
Mendanha foi. Só que, segundo Vitor Hugo, ficou arredio, pelos cantos. Não se aproximou. A certa altura, Vitor Hugo o chamou para uma foto ao lado de Bolsonaro. Mendanha não quis. Despistou. Fingiu que estava conversando com colegas prefeitos e não quis a foto.
Provavelmente, hoje, Mendanha se arrepende desse comportamento, ainda mais quando o Major Vitor Hugo não perde uma oportunidade para relembrar esse episódio. De alguma forma, ele se convenceu que misturar-se com o bolsonarismo seria benéfico para a sua candidatura a governador.
Na semana passada, quando Bolsonaro veio a Goiânia para participar de um culto na Assembleia de Deus, igreja a que o ex-prefeito de Aparecida pertence, Mendanha mais uma vez se rebaixou atrás de um contato com o presidente. Os jornais registraram que ele compareceu mesmo sem ter sido convidado e sem sequer conseguir chegar perto de Bolsonaro.
Todos os holofotes foram para Major Vitor Hugo, colado no presidente desde o seu desembarque em Goiânia até ao andamento da cerimônia religiosa.
O Popular acompanhou de perto a celebração e assinalou que Mendanha estava lá, porém sem conseguir se abeirar do presidente. “O ex-prefeito de Aparecida foi uma presença tímida no evento”, anotou a reportagem publicada pelo jornal.
A estratégia, portanto, não está dando certo. Na verdade, o bolsonarismo rejeita violentamente Mendanha, que só declarou voto no presidente e passou a elogiá-lo depois de ser convencido de que essa identificação poderia ajudar a conquistar votos. Pode ser. Mas é uma situação que envergonha o ex-prefeito de Aparecida e piora ainda mais as perspectivas, já magras, para a sua candidatura.