Pastor Gilmar Santos, que Mendanha chamava de “meu grande amigo”, é preso por corrupção
Sob acusação de cobrança de propinas para liberar verbas do MEC, líder evangélico de Goiás foi detido junto com ex-ministro Milton Ribeiro
Da Redação
A operação da Polícia Federal, deflagrada na última quarta-feira, 22, que prendeu o ex-ministro da educação Milton Ribeiro, atingiu um dos pastores ligados ao candidato ao governo do Estado, Gustavo Mendanha. Gilmar Santos é presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, e acompanhou o ex-prefeito de Aparecida em uma viagem a Israel, em 2020, como convidado especial.
Mendanha, em postagens nas redes sociais, chamava Gilmar Santos e publicou fotos em sua companhia. O ex-prefeito de Aparecida é evangélico, filiado a uma das Assembleias de Deus que operam em Goiás.
Na operação batizada de Acesso Pago, a Polícia Federal (PF) prendeu também Arilton Moura, outro pastor é suspeito de integrar um balcão paralelo para direcionar recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). A operação investiga a prática de trafego de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do FNDE.
Gilmar esteve junto a Mendanha em várias ocasiões, além da viagem a Israel. Desde 2015, eles mantêm uma relação de amizade íntima. Em setembro daquele ano, o então vereador que no ano seguinte se tornaria prefeito de Aparecida publicou no Twitter uma foto com a legenda: “Neste momento participo de um glorioso culto em celebração ao aniversário do meu grande amigo, pastor Gilmar Santos”.
O nome do pastor é conhecido entre os deputados da bancada evangélica goiana. Em março deste ano, a filha de Gilmar trabalhava no gabinete parlamentar do deputado federal João Campos (Republicanos), que será candidato a senador na chapa de Mendanha. João Campos negou irregularidades ou favorecimento na contratação.
João Campos, aliás, também foi outro que elogiou Gilmar em seu aniversário. Em setembro do ano passado, Campos escreveu: “Caro amigo, pastor Gilmar Santos. Homem de Deus, por quem eu tenho muito apreço, admiração e consideração. Quero abraçar-lhe pelo seu aniversário. Mais um ano de vida completado pelos cuidados do Senhor. Construímos uma amizade muito sadia e uma história de vida. Eu, posteriormente na atividade política, e o senhor, cada vez mais, Deus lhe usando para ampliar o seu ministério, para abençoar vidas, para salvar vidas”, acrescentou o deputado.
Gilmar Santos e Arilton não possuíam cargos no governo, mas atuavam em uma espécie de balcão de negócios do ministério, e segundo as investigações, eram responsáveis por negociar diretamente com os prefeitos a liberação de recursos federais.