Rapaz que matou tio e sobrinha de 7 meses após briga no trânsito é condenado há 51 anos
Vítima teria tentado estacionar o carro e acabou encostando no veículo do atirador
Por: Suely Carvalho
Jhonan Ferreira Brandão, de 27 anos, foi condenado na terça-feira (2), a 51 anos de prisão, em regime fechado, pelas mortes de Edson Teixeira Aires, 24 anos, da sobrinha dele, Ana Clara Teixeira Tavares, de apenas 7 meses, e também pela tentativa de assassinato da irmã dele, Angélica Teixeira Tavares, que sobreviveu após um longo período de internação.
O julgamento foi realizado no Tribunal do Júri de Aparecida, com atuação do promotor Daniel Roberto Dias do Amaral, presidido pelo juiz Leonardo Fleury Curado Dias. Os crimes foram cometidos, em 2013, quando na época Jhonan tinha apenas 18 anos e não possuía antecedentes criminais.
Ele atirou contra a família motivado por uma discussão no trânsito. Edson teria tentando estacionar o carro em uma avenida muito movimentada no centro de Aparecida e acabou encostando a traseira do veículo na parte dianteira do carro do acusado.
“Agiu com extrema violência, mesmo com pedidos de terceiros para que não fizesse”
De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, por meio do promotor Milton dos Santos Júnior, por não querer confusão, a vítima deixou o local junto com a irmã e mãe da bebê, mas foi perseguido por Jhonan, que possuía uma arma dentro do carro.
Sem mesmo descer do veículo, o jovem atirou contra as vítimas, que não tiveram a menor chance de defesa. Edson morreu na hora. A criança chegou a ser socorrida, mas também veio a óbito depois de alguns dias no hospital.
Ao calcular a pena do réu, o juiz Leonardo Fleury levou em conta as atenuantes de que Jhonan teria confessado os crimes espontaneamente e também por ser menor de 21 anos na época dos fatos. No entanto, o magistrado considerou como agravante a intensidade do dolo e ainda a conduta social do rapaz, com o uso de drogas ilícitas e a prática de outros delitos.
O cumprimento da pena será em regime inicialmente fechado. Ele não poderá recorrer da sentença em liberdade. O réu, que já se encontrava preso desde 2018, quando foi localizado em Cuiabá (para onde fugiu), pela Polícia Civil goiana, que logo avisou a polícia do Estado para fazer a prisão.
Naquele dia a polícia do MT informou que uma equipe vigiou o jovem por oito horas até conseguir prendê-lo. “Agiu com extrema violência, já que, após uma discussão decorrente de um simples abalroamento de veículos, o réu [Jhonan Ferreira] perseguiu e efetuou vários disparos de arma de fogo contra a vítima, mesmo com pedidos de terceiros para que não fizesse”, destacou o magistrado.
