Política

156.454.011 milhões de eleitores vão às urnas para decidir o futuro do país

Neste domingo, 30 de outubro, será escolhido o presidente do Brasil a partir de 1º de janeiro de 2023; últimas pesquisas dão vantagem para Lula

Chegou a hora: neste domingo, 30 de outubro, 156.454.011 milhões de eleitores brasileiros irão às urnas eletrônicas para teclar o 13 ou o 22 e assim decidir quem será o presidente do Brasil a partir de 1º de janeiro de 2023: Luiz Inácio Lula da Silva ou Jair Messias Bolsonaro.

Será encerrada uma das campanhas mais acirradas da história do país, que emergirá do pleito praticamente dividido em 2, dada a previsão de que o vencedor não apresentará uma vantagem significativa sobre o derrotado – as pesquisas indicam que o resultado de um, sobre o outro, será de no máximo 6 pontos percentuais ou 2 a 5 milhões de votos.

Hás expectativas sobre a aceitação do veredito final das urnas: do lado dos lulistas, eles se conformarão e passarão imediatamente a se preparar para ocupar as trincheiras da oposição nos 4 anos vindouro, mas, ao contrário, por parte dos bolsonaristas, um desfrecho negativo tende a ser contestado e servir de instrumento para um período de agitação, por 2 meses, daqui até a posse do novo presidente.

Até mesmo de Goiás partem sinais de que a votação do 2º turno não liquidará a fatura, em caso de vitória de Lula. O deputado estadual reeleito Amaury Ribeiro postou vídeos de uma fala onde promete pegar em armas, caso o petista seja eleito, e defende a urgência até mesmo de uma guerra civil nessa hipótese.

As declarações de Amaury Ribeiro, que se notabilizou por usar um chapelão de cowboy até mesmo durante as sessões plenárias da Assembleia, tiveram repercussão nacional – embora sob um certo tom folclórico. O deputado garantiu que, com Lula presidente, pretende “empunhar uma arma” e ir para as ruas, para não entregar o país a “uma bandeira vermelha”.

Logo após uma passeata pró-Bolsonaro, no interior, Amaury Ribeiro gravou o vídeo, dizendo: “Eu disse para um amigo que é petista, essa semana, no meu gabinete: ‘Você tá do lado errado e deixa eu te falar, se o seu presidente ganhar, vai acontecer uma guerra civil nesse país, e eu sou um reservista, e se eu for convocado, eu vou para rua e vou empunhar uma arma, Deus que te livre de tá do outro lado”, disse ele.

Diante da repercussão, o deputado recuou com a explicação de que estava apenas relatando uma conversa privada, dando a entender que não teve a intenção de fazer uma ameaça real.

Com isso e as bravatas de sempre de Bolsonaro, existe alguma tensão sobre o que sobrevirá à divulgação do boletim oficial do Tribunal Superior Eleitoral, anunciando o vencedor. Para muitos, o presidente fez uma longa preparação, contestando a honestidade das urnas e criando factoides permanentemente, como o das suas inserções que teriam sido garfadas pelas rádios do nordeste, para, na hipótese de uma derrota, dizer que foi roubado e que não aceita o resultado.

Para outros, a maioria, tudo isso foi só conversa fiada para mobilizar a base bolsonarista. Não há apoio nem entre os políticos nem entre os militares para um golpe que transformaria o Brasil em um pária internacional e desencadearia o caos interno.

 

Ninguém duvida de que Lula aceitará uma derrota, a incerteza é Bolsonaro

 

O ex-presidente Lula nunca colocou em dúvida o sistema eleitoral brasileiro e, portanto, jamais lançou a menor suspeita de que pode não aceitar um eventual resultado negativo produzido pelas urnas eletrônicas.

Com Bolsonaro, é o contrário. O presidente não passa uma semana sem insinuar que o sistema não é confiável, embora sem apresentar provas e tendo uma carreira de 30 anos de mandatos sendo eleito, na maioria das vezes, justamente através do mesmo modelo eletrônico que será empregado neste domingo de encerramento do 2º turno.

Daí, é de se presumir: Lula, se perder, vai aceitar e cumprimentar o vencedor. Porém, se o mal sucedido for Bolsonaro, ele não fará nada disso e deve iniciar, já na noite do dia 30 de outubro, uma estratégia para alavancar a desconfiança sobre a lisura da votação – que deve lançar o país em uma turbulência institucional.

Pelo menos, é o que se espera, segundo os analistas mais credenciados da imprensa brasileira. Confira, por exemplo, o que escreveu nesta semana o jornalista Ricardo Noblat, que atua no site Metrópoles, de Brasília, em uma matéria intitulada “O plano de Bolsonaro para a noite de domingo”:

“Mas, no domingo, é certo o que ele planeja. Simples: os votos do Nordeste são os últimos a serem apurados. Bolsonaro deve anunciar sua vitória quando estiver à frente da apuração.

“Se a apuração terminar com sua derrota, dirá que a eleição foi roubada e que reagirá ‘dentro das quatro linhas da Constituição’. Ou simplesmente dirá que ela foi roubada.

“O resto ficará por conta dos seus seguidores mais radicais. Bolsonaro espera que eles saiam por aí botando para quebrar, e exigindo a realização de uma espécie de 3º turno”.

Em resumo, é mais ou menos por esse caminho que o presidente vai enveredar, com uma ou outra adaptação, mas nesse rumo. Será, no final das contas, um grande teste para as instituições, o Estado de Direito e a Democracia no Brasil.

 Apesar da indicação das pesquisas, resultado é imprevisível

Eleição só termina depois que as urnas são abertas e proclamado o resultado a partir do momento em que, mesmo com a votação não concluída, os números restantes mostram-se incapazes de reverter o diagnóstico de vitória de um ou outro candidato.

Por isso, apesar das pesquisas, todas, por sinal, mostrando que a vantagem de Lula no 1º turno não foi revertida até os últimos momentos da campanha do 2ֻ turno, é prudente e aconselhável esperar a conclusão dos trabalhos da Justiça Eleitoral para comemorar ou chorar a definição final.

Ou seja: é prematuro e imprudente prever que o candidato A ou B sairá ganhador, mesmo porque a diferença estimada entre os 2, Lula e Bolsonaro, é pequena e se estabeleceu na faixa de 6 pontos, mais ou menos, o que corresponde a um sacola de votos muito pequena em termos nacionais.

Paciência, portanto, e vamos aguardar só mais um pouco para a noite de domingo, quando, até as 21 horas, no máximo, o pleito estará encerrado e o futuro do país colocado diante da melhor opção, conforme a vontade do eleitorado brasileiro.

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