Governo de Goiás inclui apoio contra depressão no atendimento a pacientes com HIV e aborda tema no Setembro Amarelo
Pesquisa mostra que pacientes com HIV sofrem três vezes mais o risco de depressão, motivo de alerta da campanha Setembro Amarelo
O diagnóstico de HIV pode causar grande impacto emocional aos pacientes, levando a transtornos mentais como depressão, ansiedade generalizada e transtorno de bipolaridade. É o que aponta um estudo da revista BMJ Public Health, com mais de 185 mil pessoas soropositivas. Por isso, o Governo de Goiás aborda o cuidado essencial com a saúde mental de pessoas com HIV durante a campanha Setembro Amarelo de 2023.
“Por ser uma doença crônica, sem cura e estigmatizada, é comum que ocorra intenso sofrimento psíquico, medo, revolta e culpa. Em muitos casos, o paciente enfrenta rejeição, exclusão e preconceitos de pessoas próximas, o que afeta significativamente a saúde emocional”, explica a psicóloga Hevelim Rótulo, supervisora psicossocial do Centro Estadual de Atenção Prolongada e Casa de Apoio Condomínio Solidariedade (Ceap-Sol), unidade do Estado na capital.
A especialista afirma que é comum que o paciente passe por um processo de choque emocional, negação, agressividade e tristeza profunda até chegar à fase de aceitação.
F.R.S, que recebe tratamento no Ceap-Sol desde fevereiro deste ano, confirma a importância do apoio psicológico. “Essa orientação nos ajuda a entender melhor a situação. Foi através dela que consegui entender que o meu diagnóstico de HIV não significava o fim da minha vida e que, com o tratamento, eu poderia ter qualidade de vida”, revela. “Depois desse acompanhamento com psicólogo, aprendi a resolver minhas coisas, a não ter medo e a superar a timidez”, ressalta.
O atendimento do Ceap-Sol a portadores do vírus HIV e outras doenças incuráveis promove esclarecimentos e apoio emocional, desmistificando percepções errôneas e ajuda a pessoa a se comprometer com o tratamento.
“Faz com que o paciente atue de forma ativa para seu tratamento e facilita a adaptação para que consiga viver bem e com saúde”, diz Eire Gonçalves Jaime, também psicóloga do Ceap-Sol. “Além disso, o tratamento também envolve familiares e acompanhantes do paciente, com todo o suporte para o núcleo familiar”, complementa.
O tratamento no Ceap-Sol é oferecido de forma multiprofissional. “Mas o primeiro passo é informar o paciente sobre seu estado de saúde e sensibilizá-lo acerca da importância do tratamento”, lembra a diretora técnica da unidade, Thais Safatle. “Ele precisa aderir ao tratamento para que, aos poucos, entenda melhor sua situação, assegurando seu bem-estar e funcionalidade”, completa.
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