Gracinha Caiado, uma mulher de fibra que Goiás se orgulha de ter
Hoje, este colunista traz uma entrevista com essa mulher, esposa e mãe, que é a nossa querida primeira-dama do Estado
Natural de Feira de Santana, na Bahia, Gracinha Caiado mudou-se para Goiânia há mais de 30 anos, quando se casou com o então governador Ronaldo Caiado, e foi na Capital que nasceram suas duas filhas, Maria e Marcela. À frente do Gabinete de Políticas Sociais (GPS) e da presidência de honra da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), a primeira-dama do Estado comanda o Goiás Social, uma série de programas sociais, com destaque para Mães de Goiás, Aprendiz do Futuro, Aluguel Social, Crédito Social, ProBem e outros.
DA – Para início de conversa, conta para a nossa coluna qual é a rotina da primeira-dama do Estado?
Gracinha Caiado – Olha, tenho que confessar que a rotina pode mudar bastante, porque se tem uma coisa que eu gosto de fazer enquanto primeira-dama e coordenadora do Gabinete de Políticas Sociais (GPS) é conhecer Goiás, é poder trocar experiências com os goianos de todas as regiões do Estado. Um gestor público precisa estar na rua, com o pé no chão, como gosto de dizer, conhecendo as pessoas e suas histórias. Então, quando não estou na estrada, estou no Palácio das Esmeraldas, recebendo as pessoas, dialogando sobre Goiás e tratando de demandas.
DA – E quando a senhora não está trabalhando, o que a primeira-dama gosta de fazer nas horas vagas?
Gracinha Caiado – O que eu mais gosto de fazer nas horas vagas, sem sombra de dúvidas, é estar com minha família, poder curtir horas de descanso com Ronaldo e com minhas duas filhas, Maria e Marcela, minhas ursinhas, como eu as chamo. E, é claro, também gosto de me exercitar. O exercício físico auxilia no bom funcionamento do corpo e da mente e me ajuda a ter disposição para trabalhar mais e melhor! O ciclismo, por exemplo, é uma grande paixão que eu e Ronaldo dividimos, mas, com a correria do dia a dia, fica difícil conciliar esse hobby. Por isso, faço questão de fazer exercícios em casa mesmo, pelo menos duas ou três vezes por semana.
DA – Como a senhora concilia as funções de primeira-dama, esposa e mãe?
Gracinha Caiado – Tenho para mim que parte do papel de primeira-dama é justamente estar ao lado do meu marido, que, como todo mundo sabe, não para um dia sequer. É final de semana, feriado… Essa é uma característica de Ronaldo, e é uma das coisas nele que mais admiro. Por isso, de uma forma ou de outra, estamos sempre juntos, debatendo o Estado e fazendo mais por quem mais precisa. Maria e Marcela moram e trabalham em São Paulo, e sempre que eu posso estou ali no celular entre ligações e chamadas de vídeo. Sempre que conseguem, elas também vêm para Goiânia, que é quando nós temos momentos juntas. E tenho que confessar que estes são os momentos que eu fico mais ansiosa para chegar. (risos)
DA – A senhora é advogada por formação, mas, há mais de quatro anos como primeira-dama, tem atuado na área social. Como foi essa transição e quais têm sido os maiores desafios?
Gracinha Caiado – Comecei minha vida militando em favor da causa dos produtores rurais e do direito à propriedade na antiga União Democrática Ruralista (UDR) e desde aquela época eu sempre tive muita convicção, muita responsabilidade e muita determinação em tudo que me proponho a fazer. Tenho que dizer que cada dia no cargo de primeira-dama é um novo aprendizado, mas acredito que nada será mais desafiador que os primeiros dias de Ronaldo no governo. Encontramos um governo em estado de terra arrasada. É inadmissível pensar que, naquela época, eu fiz uma visita a Colinas do Sul e lá eu vi crianças sentadas em latas de tinta para estudar. Crianças comendo arroz- doce nas escolas, porque era o único alimento disponível para comer. Hoje, graças a Deus e a um governo que trabalha com seriedade e para todos os goianos, tiramos Goiás desse lugar para colocarmos em um lugar de referência nacional.
DA – E falando sobre esse trabalho que a senhora tem desempenhado na área social, o governador tem dito que a missão do governo de Goiás neste segundo mandato é romper o ciclo da pobreza. O que isso significa na prática?
Gracinha Caiado – Romper o ciclo da pobreza é oferecer ao cidadão em vulnerabilidade social as ferramentas para que ele possa se emancipar socialmente e não precise mais viver da transferência de renda, que possa andar com as próprias pernas. Essa é uma das grandes missões do nosso Goiás Social, que é justamente essa grande ação de governo que hoje abrange todas as áreas da administração e que fez com que Goiás se tornasse hoje referência para todo o Brasil no Social. Trabalhamos, sim, com transferência de renda, mas uma transferência de renda focalizada e com tempo determinado até que essa família em vulnerabilidade tenha condições de superar a pobreza. Assim, temos o Mães de Goiás, Aluguel Social, Dignidade, Bolsa Estudo, Goiás Por Elas e tantos outros programas sociais que garantem mais dignidade aos goianos vulneráveis. Mas, como eu disse anteriormente, Ronaldo e eu acreditamos que o emprego é o melhor programa social. Por isso, o Goiás Social também aposta na qualificação profissional e no empreendedorismo como ferramentas de transformação social. Isso fica muito claro para nós quando fazemos a avaliação do Programa Crédito Social, que, após o beneficiário fazer um curso de capacitação, ele recebe um recurso para começar seu próprio negócio. É um sucesso tão grande que mais de 85% dos que participam do programa relatam que mudaram de vida, que a renda da família aumentou. Essa é a essência do nosso Goiás Social: segurança de renda para aqueles que precisam, ações de incentivo à profissionalização, capacitação e educação, bem como o emprego.
DA – Para a senhora, qual é o papel de uma primeira-dama?
Gracinha Caiado – Sabe que essa é a pergunta que fiz a mim mesma nos primeiros dias do governo e é uma pergunta que eu sempre tenho feito ao longo destes, agora, quase cinco anos de governo. O que eu sabia desde o início é que eu precisava trabalhar, e assim começamos. Mas não estive sozinha. Nesta trajetória, eu estive ao lado das primeiras-damas e das secretárias de Assistência Social de todos os 246 municípios goianos, estive ao lado de técnicos do governo nas mais diferentes áreas. Criamos um sistema integrado de trabalho, que fez com que fosse possível avançar em todas as áreas. Esse é o grande diferencial do nosso Goiás Social, todas as secretarias trabalhando juntas para chegar àqueles que mais precisam.
DA – E hoje a figura da primeira-dama vai muito além de acompanhar seus maridos na gestão pública, não é mesmo?
Gracinha Caiado – Isso depende muito de cada uma. Tenho respeito profundo por todas as primeiras-damas que me antecederam e também por aquelas que virão. Eu tenho amigas dos municípios que são secretárias de saúde, de educação, de assistência… E têm aquelas que não querem trabalhar na gestão pública, e está tudo bem também. No início do primeiro mandato de Ronaldo, quando eu me reuni com primeiras-damas de outros Estados, algumas participavam do governo e outras preferiam se manter na iniciativa privada, por exemplo. Eu tenho um objetivo: que o Governo Ronaldo Caiado seja o melhor da história. Não ganho nada, não tenho salário. Mas estou 100% comprometida com o governador e com a mudança que fazemos na vida das pessoas.
DA – Para finalizar, como a senhora avalia o papel da mulher hoje na política?
Gracinha Caiado – Hoje, estou como primeira-dama do Estado de Goiás, mas, na verdade, nunca me imaginei trabalhando com política partidária, pois o que sempre me moveu foi a livre iniciativa e o agronegócio. Hoje tenho consciência de que a política partidária e a política classista se completam. E comecei a entender isso lá atrás. Como eu disse, tive a oportunidade de compor a diretoria da UDR, da Bahia, em um momento em que a mulher não participava de nada. Estou falando de mais de 30 anos atrás. Naquela época, eu era a única mulher da executiva nacional e participava dos debates em ambientes repletos de homens. Hoje, 35 anos depois, apesar de muitos dizerem que são ambientes masculinos, pois as mulheres ainda são minoria, acredito que, quando estamos presentes, exercemos nossa função com competência e determinação. Não me considero feminista, mas tenho a consciência de que, quando estamos em lugares de poder, somos muito mais cobradas do que os homens. Não somos melhores nem piores que os homens, somos diferentes no nosso modo de agir, de trabalhar e de fazer acontecer.
DA – Este colunista agradece à senhora por esta entrevista exclusiva e gostaria de uma última mensagem para a população.
Gracinha Caiado – Eu amo Goiás.
Por: Delson Carlos – [email protected]