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Mauro Cid diz que Jair Bolsonaro consultou comandantes militares sobre a possibilidade de golpe

O tenente-coronel fez afirmação durante a delação premiada



O tenente-coronel Mauro Cid, em sua delação premiada, revelou que Jair Bolsonaro teria consultado os comandantes das Forças Armadas sobre a possibilidade de um golpe militar em 2022. Essa revelação veio à tona por meio de uma reportagem do jornal “O Globo”.

De acordo com a matéria, Mauro Cid afirmou que Bolsonaro se reuniu com a cúpula das Forças Armadas e ministros da ala militar para discutir detalhes de uma minuta que abriria a possibilidade de uma intervenção militar. Esse plano de golpe teria sido concebido com o objetivo de impedir a troca de governo no Brasil.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro relatou esses acontecimentos durante seu depoimento na delação premiada, fechada com a Polícia Federal. Segundo suas declarações, o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, teria manifestado apoio ao plano de golpe, afirmando que sua tropa estaria pronta para aderir ao chamamento do ex-presidente. No entanto, o comando do Exército teria se recusado a participar desse plano golpista.

A Polícia Federal agora investiga se o documento apresentado no encontro com os comandantes militares, conforme relatado por Mauro Cid, é o mesmo que foi encontrado na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Esse documento sugeria a convocação de uma nova eleição e até a prisão de adversários políticos por supostas irregularidades.

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, manifestou constrangimento com essa revelação e afirmou que o golpe militar nunca interessou às Forças Armadas. Ele pretende conversar com os atuais comandantes durante a semana para esclarecer os fatos.

A defesa do ex-presidente Bolsonaro negou qualquer envolvimento em planos golpistas e ressaltou que seu governo sempre respeitou a Constituição Federal. Já o Exército e a Marinha se manifestaram dizendo que não comentam processos investigatórios em curso.

O tenente-coronel Mauro Cid prestou pelo menos três depoimentos para a Polícia Federal, totalizando mais de 23 horas de depoimento. Sua delação premiada foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em setembro deste ano.

 

*Informações de O Globo

 

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