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Hospital de Câncer Francisco Camargo formaliza criação de Centro de Estudos e Pesquisas

Iniciativa já tem definido como primeiro estudo, o xeroderma pigmentoso. Além disso, o local disponibilizará bolsas para mestrado e doutorado, em parceria com a UFG

Na noite da última quarta-feira (17), o Hospital de Câncer Francisco Camargo (HCG) realizou a assinatura para a instalação do Centro de Estudos e Pesquisas da unidade. O projeto está sendo realizado em parceria com a Associação Médica de Goiás (AMG) e a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG) e terá como primeiro estudo, o xeroderma pigmentoso, doença precursora da evolução de um câncer com alta prevalência no município goiano de Faina.

A solenidade de formalização aconteceu no auditório da AMG, com a presença de representantes de entidades médicas e parceiros, que aclamaram a iniciativa. O médico Waldemar Naves do Amaral, diretor da Faculdade de Medicina da UFG que irá presidir o centro de estudos, explica que, na prática, ele vai estimular possibilitar o desenvolvimento de pesquisas em um modelo metodológico que possa gerar resultados interessantes.” É um convênio importantíssimo, porque a universidade precisa oferecer a prática para os seus alunos da graduação e da pós-graduação, e possibilita que os alunos coloquem o conhecimento em prática junto à comunidade. Ao mesmo tempo, ele leva a assinatura de uma das universidades mais importantes desse país, a UFG, para o hospital. É um tipo de ação boa para todos”, concluiu.

Além do estudo e do atendimento especializado, o centro será voltado para ampliar o potencial acadêmico do estado com o fornecimento de bolsas para mestrado e doutorado, em parceria com a Faculdade de Medicina da UFG. “É realmente uma maioridade que o hospital atinge, e a ciência e a academia andam com o desenvolvimento e aprimoramento da assistência às pessoas que precisam”, destacou o diretor-presidente do Hospital de Câncer Francisco Camargo, Wagner Miranda, ao informar que o desenvolvimento acadêmico é um dos pilares fundamentais do hospital desde a sua idealização, constando inclusive em seu primeiro estatuto.

Para Washington Luiz Ferreira, presidente da Associação Médica de Goiás e gerente de ensino de pesquisa do Hospital das Clínicas da UFG, um centro de ensino e pesquisa leva ao avanço do conhecimento, da tecnologia, das novas práticas. “Não existe grande serviço na medicina que não tenha um centro de ensino de pesquisa por trás”, destacou.

PRIMEIRO ESTUDO

Já existem três projetos de pesquisa em desenvolvimento para serem desenvolvidos no Centro de Estudos e Pesquisas do Hospital de Câncer Francisco Camargo, sendo o que está mais adiante será ligado ao xeroderma pigmentoso, doença genética rara que causa sensibilidade extrema à radiação ultravioleta presente na luz solar, por exemplo, e que pode evoluir para um câncer. De acordo com dados do Governo do Estado, a cidade de Faina, distante aproximadamente 200 quilômetros de Goiânia, tem a maior incidência da doença do mundo. A proporção é de um caso para cada grupo de 40 habitantes. Nos Estados Unidos e Europa a proporção é de um caso para um milhão de pessoas.

“Com a instalação do centro de estudos e pesquisa, o grupo nativo de Goiás portador da doença terá a devida atenção e cuidado. É uma comunidade menos favorecida e mais desassistida. É preciso que cuidemos deles, é preciso que trabalhemos para podermos protegê-los”, pontuou.

Os projetos passarão pelas etapas agora de aprovação, definição de bolsas e de orientações científicas para que acadêmicos começam a desenvolver os seus registros, suas análises, estudos, interpretações e as definições dos estudos acadêmicos, informou Wagner Miranda.

SOBRE O HC FRANCISCO CAMARGO

Tendo como embaixador o cantor Zezé de Camargo, o Hospital de Câncer Francisco Camargo é uma entidade beneficente sem fins lucrativos, considerada de utilidade pública. O local já está em operação, atendendo casos de baixa complexidade. O projeto iniciou a sua jornada em 2014, e será uma das maiores unidades de atendimento a câncer do País.

Seu funcionamento começou em 2021 com a inauguração de seu primeiro módulo, a policlínica, com 204 metros quadrados, que oferece gratuitamente exames de mamografia, ultrassonografia, eletrocardiografia, exames laboratoriais, além de consultas. Toda a obra está sendo feita com recursos da comunidade, que tem se engajado no projeto. Em breve, uma nova ala será inaugurada, ampliando os atendimentos.

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