O Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) anunciou na sexta-feira (24) a candidatura do empresário Pablo Marçal à prefeitura da cidade de São Paulo.
Em cerimônia, Marçal também foi nomeado presidente de honra do partido fundado pelo empresário Levy Fidelix, morto em 2021. O empresário se filiou a legenda em abril deste ano, semanas após sua filiação ao Democracia Cristã (DC).
Durante o evento, Marçal disse que foi “picado pelo serviço público” e que leva como missão “mudar a mentalidade do povo”.
“Se a gente não fizer nosso povo mudar a mentalidade, não tem caixa governamental que aguenta, não há promessa de zerar fome que consiga cumprir, não há nada de politicagem que vá conseguir. Tem que ter políticos que se levantam”, disse o pré-candidato do PRTB.
Marçal ainda disse que vai defender o diálogo em sua candidatura e promover um projeto junto da esfera estadual e federal, nos moldes do desenvolvimento construído pela China.
Em uma analogia com carros de corrida, disse que a falta de alinhamento, levando muito para a esquerda e depois muito para a direita, não permite que o piloto vença a corrida.
Segundo ele, não é hora de procurar heróis. “A gente tem que ter uma independência mental”, disse o empresário. “Não vamos triturar o Estado, mas não é o Estado que vai nos ajudar. Se a gente se juntar devidamente e olhar para ele como ele é, é a gente que vai ajudar o Estado.”
Marçal afirmou que o PRTB já conversa com pelo menos outros três partidos em busca de alianças. A pré-candidatura está prevista para ser lançada oficialmente no dia 15 de junho.
Quem é Pablo Marçal?
Pablo Henrique Costa Marçal tem 37 anos e nasceu em Goiânia. Ganhou notoriedade com seu trabalho como coach e influenciador digital, vendendo cursos de desenvolvimento pessoal nas redes.
O lançamento na política veio em 2022, quando Marçal tentou ser pré-candidato à Presidência da República pelo PROS.
Contudo, após divergência no partido e a posse de Eurípedes Júnior como presidente, o PROS decidiu apoiar a candidatura do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e revogou a pré-candidatura do empresário. Na contramão, Marçal apoiou o rival Jair Messias Bolsonaro (PL).
Ele então concorreu nas eleições gerais para o cargo de deputado federal, mas teve seu pedido de registro de candidatura rejeitado pelo TRE-SP devido à falta de documentos.
Marçal concorreu sob judice e acabou recebendo 243.037 votos. Com a rejeição do TRE, sua vaga acabou com Paulo Teixeira (PT), que além de eleito a deputado viria a ocupar o ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar no governo Lula.
Contudo, no dia 6 de outubro, sua candidatura foi deferida, e, após re-totalização dos votos no dia 14 daquele mês, ele poderia assumir o posto.
A novela só terminaria em 30 de outubro, quando o então ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Ricardo Lewandowski — atual ministro da Justiça — negou a candidatura de Marçal.
Em 2023, o empresário foi alvo da Operação Ciclo Fechado. À época, a Polícia Federal executou mandados de busca e apreensão contra ele e seus aliados para investigar possíveis crimes eleitorais cometidos quando tentou concorrer à Presidência da República.
Na ocasião, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) havia registrado 42 operações suspeitas nas contas de Marçal, que levaram à suspeita de lavagem de dinheiro. O empresário afirmou ser alvo de perseguição política.
Marçal também foi acusado neste ano de possível disseminação de fake news em relação às chuvas no Rio Grande do Sul, o que ele nega.
Em um vídeo publicado por Marçal, ele afirma que “a Secretaria da Fazenda do estado está barrando os caminhões de doação”, “não estão deixando distribuir comida, marmita” e que “esse [2024] é ano político, a mídia não vai mostrar direito o que está acontecendo”.
O governo então pediu que a PF investigasse o empresário, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Cleitinho (Republicanos – MG) pelas desinformações veiculadas sobre a tragédia.
Para os advogados do influenciador digital, a acusação é “totalmente inverídica, fere seu direito de livre expressão, sua honra e sua dignidade, além constituir crime de calúnia, injúria e difamação, passíveis de penalidade criminal e civil”.
A defesa afirma também que Marçal participou de ações no auxílio às vítimas das enchentes no estado, organizando doações de alimentos, medicamentos, roupas e utensílios de limpeza.
Diz ainda que os donativos foram enviados por transporte rodoviário e alguns caminhões foram fiscalizados e barrados por agentes que exigiram nota fiscal dos produtos e a carga foi retida por excesso de peso.
*CNN Brasil
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