Venezuela: milhares de pessoas protestam contra reeleição de Maduro
Protestos resultam em mortes e confrontos após anúncio da vitória eleitoral de Maduro, não reconhecida pela oposição
Nesta segunda-feira, 29 de julho, milhares de venezuelanos saíram às ruas de Caracas para protestar contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro. A proclamação de sua vitória pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) não foi reconhecida pela oposição e por diversos países da região, resultando em confrontos violentos e mortes durante os protestos.
Em Petare, um bairro pobre no leste da capital, manifestantes iniciaram uma caminhada expressando descontentamento com o resultado das eleições. Jovens mascarados arrancaram cartazes de campanha de Maduro e gritavam “Vai cair, vai cair, esse governo vai cair!”, exigindo liberdade e contestando os resultados oficiais.
María Arraez, uma estilista de 27 anos, participou do protesto com uma grande bandeira venezuelana sobre os ombros. “O povo está irritado. Ele tem que sair de uma forma ou de outra”, afirmou. Cleiver Acuña, tatuador de 21 anos, também se juntou à manifestação, declarando: “Não podemos deixar que nos roubem esta liberdade que vem sendo roubada de nós há 25 anos”, ao exigir que Maduro deixe a presidência pacificamente.
A manifestação encontrou forte resistência policial, especialmente ao chegar ao bairro de classe alta de Las Mercedes, onde foi dispersada com gás lacrimogêneo. Alguns manifestantes reagiram atirando pedras e outros objetos contra os policiais, que bloquearam a passagem na principal avenida da região. Os confrontos resultaram em pelo menos sete mortes e dezenas de feridos.
A oposição, liderada por María Corina Machado, rejeitou a vitória de Maduro, afirmando que Enrique González foi o verdadeiro vencedor das eleições. Machado alegou que, com 40% das atas eleitorais em seu poder, González havia obtido 70% dos votos, superando Maduro por 40 pontos percentuais.
Em resposta, durante um evento no CNE, Maduro denunciou uma tentativa de golpe de Estado “fascista” e culpou seus adversários políticos pelo que considerou um plano de desestabilização, sem apresentar provas concretas.
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