Há mais de três meses, 75 cidades brasileiras enfrentam uma severa estiagem, que já ultrapassa os cem dias sem chuvas. A seca atinge duramente capitais como Goiânia, Brasília, Palmas e Cuiabá, além de diversas outras localidades. Segundo especialistas, a situação é agravada por uma massa de ar seco que impede a chegada de frentes frias e úmidas, resultando em um cenário preocupante.
Em entrevista para o g1, o geógrafo Carlos Wagner Coelho, especialista em climatologia, explicou que essa massa de ar seco ocupa grande parte do território brasileiro, dificultando a passagem de sistemas úmidos vindos do sul do país. Goiânia, como outras cidades impactadas, permanece sem previsão de chuvas.
Além da ausência de precipitações, a qualidade do ar também tem se deteriorado. Em Belo Horizonte, por exemplo, a poluição agravada pela fumaça das queimadas elevou os níveis de partículas nocivas, resultando em um ar classificado como “muito ruim” pelo Ministério do Meio Ambiente. Helenice Alves Pereira, cuidadora de idosos, também relatou ao g1 que a mudança no céu é visível. “Se você olhar para um lado, está mais claro, e para o outro, mais embaçado e cinza”, disse ela, descrevendo os efeitos da poluição atmosférica.
A situação de Minas Gerais é especialmente crítica. Na capital mineira, Belo Horizonte, a cidade enfrenta 138 dias consecutivos sem chuvas, algo que não ocorria há mais de 60 anos, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Esse longo período de seca intensifica a frequência de incêndios florestais. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou mais de 500 focos de incêndio no estado mineiro nas últimas 48 horas. Segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros/MG, tenente Henrique Barcellos, uma força-tarefa está sendo mobilizada para combater as chamas em seis unidades de conservação.
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