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Polícia Civil busca identificar autores de crimes ambientais em Goiás

Nas últimas 24 horas, o Estado registrou diversos focos de incêndio e interdições de rodovias devido à fumaça

Por Brunno Moreira

 

Uma força-tarefa da Polícia Civil de Goiás trabalha para identificar e prender os responsáveis por colocar fogo em vegetações no estado. Desde o início do período de estiagem, Goiás vem sofrendo com inúmeros focos de incêndio, que têm destruído importantes reservas ambientais, matando animais e reduzindo drasticamente a qualidade do ar.

Segundo as investigações, a maioria dos incêndios é proposital, sendo provocados por moradores ou pedestres que transitam às margens dessas áreas de proteção, como aconteceu no Parque Ecológico Serra das Areias, em Aparecida de Goiânia.

No início de setembro, um casal foi indiciado de forma dolosa após um vídeo mostrar os dois colocando fogo em um colchão dentro da área de proteção ambiental na região do Setor Comendador Walmor. A ação resultou em um incêndio que perdurou por vários dias, matando animais e destruindo uma grande parte da região, que é considerada de grande importância para o abastecimento de água potável em Aparecida e outras cidades da região metropolitana.

Às margens de rodovias

Nas últimas 24 horas, equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas diversas vezes para atender ocorrências de incêndios às margens de rodovias estaduais e federais que cortam o estado. São focos que oferecem riscos a condutores de veículos e pedestres, bem como a trabalhadores rurais que permanecem grande parte do tempo cobertos pela vegetação seca. Devido ao longo período de estiagem, o fogo, colocado intencionalmente ou por “bitucas” de cigarro e outros objetos descartados irregularmente ao longo das vias, propaga-se rapidamente.

Na última quarta-feira (18), a densa fumaça oriunda de queimadas irregulares bloqueou rodovias e assustou moradores de várias cidades goianas. Um incêndio de grandes proporções atingiu uma área próxima à Rodovia Estadual GO-020, entre Goiânia e a cidade de Senador Canedo.

Moradores de condomínios fechados próximos ao local ajudaram no combate às chamas, que deixaram a rodovia parcialmente interditada devido à baixa visibilidade. Já na cidade de Anicuns, região oeste do estado, o fogo em um canavial deixou a GO-156 interditada por aproximadamente três horas. As chamas criaram uma densa nuvem de fumaça preta, que dificultou o trânsito de veículos, principalmente os de grande porte, que se deslocam com maior frequência para a região.

Idosa é encontrada carbonizada

Uma idosa identificada como Wilma Xavier Pereira Silva, de 67 anos, foi encontrada morta e com o corpo carbonizado em uma propriedade rural de Itapaci, a 194 km de Goiânia. Segundo informações divulgadas pela polícia, ela tentou apagar as chamas que atingiram a propriedade quando desapareceu. Ela foi encontrada na tarde da última quarta-feira (18) em meio às cinzas. O incêndio e a morte da idosa estão sendo investigados pela Polícia Civil da cidade.

Segundo especialistas na área ambiental, mesmo com a força-tarefa da polícia para identificar os responsáveis pelos incêndios, é preciso trabalhar na conscientização da população, já que a situação tem se agravado ao longo dos anos e deve cessar no estado apenas com a chegada das primeiras chuvas, quando o Cerrado tenta se recuperar da devastação no período de estiagem.

“Precisamos que a polícia trabalhe na identificação e punição dessas pessoas com mais rigor, mas é preciso que a população entenda que o fogo não é uma ferramenta para utilizar na limpeza, nem um acessório que se pode usar em qualquer lugar e de forma indiscriminada”, finalizou ao Diário de Aparecida o biólogo e diretor de uma Organização Não Governamental voltada para a preservação do meio ambiente em Goiás, Ricardo Vedramine.

 

 

 

 

 

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