A Polícia Militar atendeu uma ocorrência na noite desta quinta-feira (24), envolvendo um homem que sofre de esquizofrenia suspeito de atacar o pai e a mãe na cidade de Rio Verde, no sudoeste do Estado. Segundo a polícia, eles foram chamados para atender uma ocorrência de vias de fato, envolvendo uma pessoa que portava uma faca, porém, ao chegar no local, encontraram a mãe do suspeito na porta da residência, informando que o filho estava esfaqueando o pai dentro da residência.
Momentos que os militares adentraram, renderam e prenderam em flagrante o autor. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgências-SAMU, esteve no local, constatando a morte da vítima que foi atingida por várias vezes.
Motivação
O suspeito foi encaminhado para a Central de Flagrantes da cidade, local que não foi revelada a motivação do crime, apenas que sofre de esquizofrenia e não estava tomando a medicação. Ele foi colocado à disposição do poder judiciário, que pode optar pela internação compulsória em uma clínica psiquiatra.
Fatlta ou descontinuidade em tratamentos específicos
Nos últimos anos, o Brasil vem registrando inúmeros ataques envolvendo pessoas com transtornos mentais que não são tratadas de forma correta. A situação vem se tornando preocupante para as autoridades da segurança pública, que estudam métodos para atender essas pessoas e evitar novos ataques em escolas, festas e até mesmo no convívio familiar, como aconteceu em agosto do ano passado envolvendo um lutador de MMA portador de necessidades especiais, durante uma crise de fúria.
José Carlos Alves Coimbra, de 49 anos, foi baleado e morto ao tentar atacar uma equipe da Polícia Militar, que foi acionada por populares que presenciaram o início de seu surto. À época, a forma de atuação da PM foi questionada, mas defendida por especialistas da área da segurança pública, que destacaram que o homem era um lutador profissional, com várias técnicas e habilidades para conter fisicamente uma pessoa, trazendo grandes riscos aos militares que portavam em seus fardamentos armas de fogo.
Estudo revela dados alarmantes
Um estudo realizado e publicado pelo instituto Global Health Service Monitor, no final de 2022, revelou que o Brasil vem sofrendo um aumento significativo de pessoas que sofrem algum tipo de transtorno, seja de depressão, ansiedade, pânico ou até mesmo esquizofrênico. Os dados apontam que esses transtornos são responsáveis ou têm relação com parte dos registros envolvendo lesões corporais e homicídios no país.
Com o aumento nas ocorrências envolvendo pessoas em crises por conta de problemas psicológicos ou mentais, as forças de segurança passaram a adotar novas ferramentas e medidas no cotidiano, entre elas, a utilização de armas não letais que emitem eletricidade para imobilizar o abordado, além do acompanhamento de equipes de resgate, que ministram os medicamentos adequados para ceifar a fúria do portador da doença.
Impacto pós-pandemia
Ainda conforme o estudo realizado, mesmo que alguns casos são crônicos, tendo apenas tratamentos paliativos, é possível notar uma certa relação entre a quantidade de ataques de fúria que resultam em mortes ou pessoas feridas, com a pandemia a Covid-19. Segundo os especialistas que participaram da pesquisa que ouviu mais de mil pessoas, é típico que em momento pós-pandemia, a população desenvolva transtornos psicológicos, sendo de suma importância a ampliação de políticas públicas para tratar e monitorar o público diagnosticado.
Ministério da Saúde
Segundo dados publicados pelo Governo Federal através do Ministério da Saúde, apenas nos seis primeiros meses de 2024, o Brasil registrou quase 13,9 milhões de atendimentos psicológicos. Um aumento significativo quando comparado com os anos anteriores. As informações também apontam que a população passou a se interessar mais pelos serviços de acolhimento, responsáveis pelo tratamento e prevenção das doenças relacionadas com a mente.
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