Tarcísio de Freitas descarta candidatura à Presidência em 2026
Governador de São Paulo afirma que não tem interesse em disputar as eleições presidenciais.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta terça-feira (19) que não será candidato à Presidência da República em 2026. Em entrevista à Folha de São Paulo, Tarcísio destacou: “Não sou candidato, não tenho interesse. Ninguém fala por mim”.
Embora reportagens publicadas na última segunda-feira (18) indicassem que Tarcísio teria afirmado a aliados que aceitaria a candidatura à Presidência caso fosse essa a vontade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador reafirmou sua posição, dizendo que não está discutindo a disputa eleitoral. “Não tenho falado com ninguém, não sou candidato, não tenho interesse, e as pessoas próximas devem falar por seus próprios interesses. Não serei candidato.”
Membros do governo paulista e do PL relataram que Tarcísio tem demonstrado preferência por tentar a reeleição no estado de São Paulo, avaliando que as chances de vitória seriam maiores na disputa estadual. Essa opção se mantém mesmo diante da queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de uma possível disputa nacional.
Uma pesquisa Quaest divulgada no início deste mês indicou que Lula teria 43% das intenções de voto, contra 34% para Tarcísio, em uma simulação de segundo turno para 2026.
Na segunda-feira (17), Tarcísio esteve em um evento do PL em Guarulhos, na Grande São Paulo, onde reiterou que Bolsonaro continua sendo o candidato do partido para a eleição de 2026. “Nossa responsabilidade é trabalhar para que, em 2026, a prosperidade e a esperança retornem. E a nossa esperança é a maior liderança da direita, que hoje está no PL e que vai voltar a ser o nosso presidente da República, que é Jair Messias Bolsonaro”, declarou o governador, ignorando a inelegibilidade de Bolsonaro, imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Tarcísio já havia deixado claro em outras ocasiões que, se Bolsonaro ou alguém por ele indicado pedisse sua candidatura, ele consideraria a possibilidade. O governador havia indicado a aliados que não negaria um eventual pedido para concorrer à Presidência.
Após a divulgação da pesquisa Datafolha, que apontou a queda da popularidade de Lula, Tarcísio reforçou que aceitaria uma candidatura, caso fosse convocado por Bolsonaro. Um aliado do governador afirmou que Tarcísio e Bolsonaro conversaram após a publicação da pesquisa.
Além disso, Bolsonaro mencionou que um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) lhe teria informado que ele enfrentaria dificuldades para evitar uma nova condenação, desta vez criminal, relacionada a um suposto plano para um golpe de Estado ao final de seu mandato.
De acordo com membros do governo paulista, a lealdade e o respeito à hierarquia, princípios herdados de sua formação militar, influenciam a postura de Tarcísio em relação a Bolsonaro. Isso impede o governador de tomar uma posição mais definitiva sobre sua candidatura. Mesmo assim, alguns aliados consideram que Tarcísio ainda não tomou uma decisão final sobre se disputará ou não as eleições presidenciais.
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